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PresÃdios de lata
A novidade apresentada pelo governo Sartori para resolver o problema da falta de vagas no sistema prisional é a adoção de contêineres para guardar, provisoriamente, os infratores da lei, após a prisão pelos agentes policiais.
Quando os criminosos são presos em flagrante, devem ser levados para as delegacias, depois encaminhados para presÃdios para aguardar a sentença definitiva de condenação pelos crimes, quando prazos precisam ser obedecidos pelo sistema judicial.
Mas a realidade não é assim, faltam vagas para abrigar os presos provisórios, começando as delegacias a permanecer com presos em celas inadequadas para esta finalidade, chegando recentemente a situação de criminosos ficarem aguardando dentro de viaturas.
Tudo está tomando proporções que atingem a segurança pública como um todo, pois viaturas ficam paradas, diminuindo o policiamento nas ruas, policiais realizando custódias e carceragem, reduzindo o registro, a investigação e a solução dos crimes.
Há alguns anos nosso estado não tinha presos em delegacias, mas agora chegamos ao extremo de superlotação em delegacias, resultado da falta de investimentos no sistema prisional, aumento dos problemas estruturais, fechamento de diversos estabelecimentos, bem como entraves burocráticos e polÃticos que não permitiram a construção de novas unidades.
Contêineres serão colocados nas cidades para abrigar o lixo social, numa solução paliativa, com possÃveis problemas relacionados à segurança e higiene desses novos espaços prisionais, que serão inadequados e poderão vir a transformarem-se em ambientes de tensão e aumentar a insegurança nas proximidades.
A ideia do uso de contêineres não é nova, já foi usada em 2009, pelo governo Yeda, para abrigar milhares de alunos da rede estadual, ou seja, já foi solução emergencial na educação e agora será na segurança pública, só falta a outra área essencial, a saúde, usar este recurso.
Donald Trump poderia usar contêineres para abrigar os imigrantes ilegais na fronteira americana, afinal são criminosos, assim como os transgressores da lei em solo gaúcho, não sendo importante discutir as questões de insalubridade e desrespeito ao ser humano.