Quarta-Feira, 31 de Maio de 2023 |

Colunista


Conversando sobre o cotidiano


Paulo Franquilin


franquilin.pc@gmail.com


Tudo mentira

O recente julgamento do Tribunal Superior Eleitoral expôs para todos nós que as campanhas eleitorais são financiadas por dinheiro ilícito, mas que a interpretação disso depende de quem ocupa as cadeiras dos julgadores.

Todos os juízes que votaram, tanto contra ou a favor, no processo de cassação da chapa Dilma-Temer, expuseram em seus votos que as denúncias de financiamento ilegal da campanha presidencial traziam fatos verdadeiros e que foram milhões de reais, desviados de diversos escândalos de corrupção, para as contas dos candidatos e seus partidos.

Mas apesar de todas as evidências apresentadas durante o julgamento, restou a absolvição da chapa Dilma-Temer, pois os acusadores, vinculados ao PSDB, não tinham mais interesse no processo, havendo aliança com o governo Temer, após o afastamento de Dilma da presidência.

Os defensores demonstraram não ter argumentos para rebater as acusações, mas deixaram que os juízes que votaram a favor da absolvição da chapa fizessem a defesa, tentando demonstrar que as provas das ilegalidades não deveriam ser consideradas.

Financiamento de campanha no Brasil é um negócio lucrativo, pois empreiteiras e empresas despejam dinheiro em todos os candidatos, depois são agraciados com financiamentos públicos em seus investimentos particulares, aprovados por aqueles candidatos que forem eleitos para os cargos.

Política em nosso país é totalmente desprovida de ética e honestidade, pois somente aqueles que se sujeitam a aceitar as regras do mercado eleitoral, conseguem eleger-se, numa eterna troca de favores entre grupos empresariais e políticos profissionais em arrecadar dinheiro para suas campanhas.

Agora as mentiras das contas das campanhas estão liberadas, porque os doadores podem trazer dinheiro de qualquer origem para os concorrentes, afinal o dinheiro ilícito não parece ser importante, para os julgadores do TSE, no processo eleitoral brasileiro.

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