Terça-Feira, 21 de Março de 2023 |

Colunista


Conversando sobre o cotidiano


Paulo Franquilin


franquilin.pc@gmail.com


Parentes e amigos importantes ajudam!

As recentes decisões do Supremo Tribunal Federal dando liberdade ao senador Aécio Neves, neto de Tancredo Neves, presidente eleito indiretamente em 1984 e do deputado Rodrigo Rocha Loures, amigo de Michel Temer, atual presidente do país, mostram que, mesmo com provas substanciais contra os políticos, a proximidade ou parentesco com autoridades ajudou para que voltassem aos seus cargos.

Mas as delações premiadas de Joesley Batista trouxeram para o público acusações graves contra o senador Aécio Neves, o qual, segundo o delator, teria solicitado dois milhões de reais para pagar a defesa dentro da Lava-Jato, enquanto o deputado Rocha Loures foi filmado pela Polícia Federal apanhando 500 mil reais com um executivo da JBS, que faria parte de pagamentos semanais neste valor por vinte anos.

As denúncias e resultados da investigação levaram ao afastamento dos cargos que ocupavam, com a prisão de Rocha Loures, porém para os ministros do STF, mesmo com tais acusações de corrupção dos políticos, podem continuar desempenhando atividades parlamentares e lidando com dinheiro público, como se nada houvesse acontecido.

Causa indignação por não ser um caso isolado, inúmeras decisões judiciais tem favorecido acusados de corrupção no país, parecendo para a população que existem dois sistemas judiciais, um que mantém presos acusados de roubarem dez reais e outro que mantém em liberdade quando os valores chegam aos milhões de reais.

O foro privilegiado permite que ocupantes de cargos políticos consigam livrar-se de denúncias, permanecendo ilesos às acusações, num sistema que protege os poderosos, enquanto que em situações semelhantes os demais brasileiros mofariam nas cadeias.

Brasília é o paraíso das bancas de advogados que conseguem clientes dispostos a pagar fortunas para não serem acusados, denunciados ou presos, pois os recursos podem arrastar-se por anos, com liminares, suspensões e decisões favoráveis aos privilegiados que surgem no Planalto Central do país.

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