Terça-Feira, 21 de Março de 2023 |

Colunista


Conversando sobre o cotidiano


Paulo Franquilin


franquilin.pc@gmail.com


Naqueles tempos do Julinho

Minha história tem três anos, da década de 1980, dentro do Colégio Júlio de Castilhos, o Julinho, sendo que passei por seleção para ingressar, pois haviam professores estaduais qualificados, estrutura de apoio para o ensino, laboratórios e cursos profissionalizantes, sendo um colégio público e referência dentro da educação gaúcha.

As drogas existiam e circulavam no entorno do Julinho, com alguns colegas fumando baseados na praça ou nos fundos da escola, porém dentro não rolava, tínhamos monitores fiscalizando e havia respeito por estes, que nos tiravam das sacadas, quando tentávamos matar aulas.

Com o avançar dos anos, novas legislações, mudanças culturais, sucateamento do ensino público, o meu antigo colégio passou por alterações, foi totalmente gradeado, acabou perdendo o status de referência e tornou-se uma escola com muitos problemas de disciplina e falta de apoio do poder público.

Infelizmente a realidade do Julinho não é diferente de milhares de escolas públicas ou privadas de nosso Estado, com circulação de drogas tanto nas redondezas e, muitas vezes, no interior dos estabelecimentos.

Os professores e os demais profissionais das escolas estão sem autoridade, com inúmeros registros de agressões psicológicas ou mesmo físicas contra os educadores, pois há desrespeito por normas, aliado à desestruturação familiar, faltando a base educacional.

Fico triste com toda a mudança da realidade, por não termos mais um ensino de qualidade, somente professores desmotivados e desvalorizados, alunos mal educados e sem limites, famílias sem tempo para educar seus filhos.

Assim o sistema educacional não consegue ensinar, pois precisa tentar educar os alunos, os quais chegam às escolas sem noções mínimas de convivência e respeito ao outro.

Tomara que um dia os governantes entendam que o sistema educacional é o melhor caminho para termos um futuro melhor para nossas crianças e adolescentes e talvez voltemos a viver como naqueles tempos do Julinho.

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