Quarta-Feira, 22 de Março de 2023 |

Colunista


Conversando sobre o cotidiano


Paulo Franquilin


franquilin.pc@gmail.com


Marielle morreu!

A vereadora carioca Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, foram assassinados no dia 14 de março, quando ela foi atingida com três tiros em sua cabeça, o que levantou a hipótese de execução por parte de grupos descontentes com a atuação da parlamentar.

Eleita em 2016, com mais de 46 mil votos, foi a quinta vereadora mais votada no Rio de Janeiro naquela eleição e a segunda mulher mais votada em todo o país, tornando-se representante da comunidade da Maré, onde nasceu e cresceu.

Defensora dos direitos das mulheres, negros, LGBTs e de sua comunidade, trabalhou apresentando projetos voltados para estes públicos, criticando diversas vezes a atuação da polícia nas abordagens aos moradores.

As investigações estão em andamento, com diversas possibilidades de autores do crime, pois segundo apurado até agora foram usados dois carros na perseguição e que as munições foram roubadas e pertenciam a lotes da Polícia Federal.

Pelas imagens divulgadas toda a ação parece ter sido planejada, pois o veículo de onde partiram os tiros estava estacionado próximo ao veículo da vereadora, saindo em acompanhamento e depois de 4 km, ao chegar no Estácio, seus ocupantes realizaram os disparos.

No local da execução não havia câmeras, desta forma não há imagens de como foi a abordagem, porém pela posição de entrada dos tiros no veículo, foram concentrados no local onde estava a vereadora e na altura de sua cabeça, de trás para frente, totalizando 13 tiros disparados, de forma concentrada.

Após o crime diversos políticos, de todos os matizes ideológicos, começaram a defender ou acusar a atuação da vereadora, com muitas acusações de todos os lados, alguns levantando a hipótese de ação de policiais e outros de que seriam integrantes de facções criminosas os autores do crime.

O uso político desta morte assemelhasse ao de tantas outras acontecidas no país, quando as vítimas acabam parecendo responsáveis por suas mortes ou são assassinadas para que suas vozes sejam caladas, numa lógica que se molda aos interesses de cada grupo.

No fim das contas, Marielle e Anderson tornam-se mais duas vítimas da violência carioca, onde mortes acontecem diariamente, apesar de todas as ações para mudar o cenário macabro, que não resultam em mudanças na vida diária da população de uma cidade acuada por uma guerra sem controle.

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