Quarta-Feira, 22 de Março de 2023 |

Colunista


Conversando sobre o cotidiano


Paulo Franquilin


franquilin.pc@gmail.com


Cabides de emprego

Com a aproximação das eleições surge a possiblidade de que os partidos venham a se coligar, visando apoio e maior espaço de tempo no horário político. Em contrapartida os candidatos assumem o compromisso de, caso venham a ser eleitos, distribuam cargos para os apoiadores.

A prática não é novidade na política nacional, ocorre há muito tempo, desde a implantação do presidencialismo, com conchavos entre os partidos para se manterem no poder, acordando apoios em troca de cargos, normalmente, colocando nestes os que contribuíram para a campanha.

As vagas para cargos comissionados, ou seja, aqueles em que os indicados não necessitam formação específica e nem prestar concurso público, apenas são inseridos na máquina pública, aqueles que os governantes indicam para desempenhar a função.

Neste contexto as vagas surgem em todas as esferas do poder, no Executivo e Legislativo principalmente, contemplando os colaboradores, que se esforçam para eleger seus candidatos, sabendo que serão designados para algum cargo.

Nos gabinetes do Legislativo, nos Ministérios e Secretarias são criadas pelos governantes funções comissionadas para acomodar o maior número de correligionários dos partidos, sem controle externo, através de acordos firmados durante as campanhas.

As empresas públicas são um exemplo de que este sistema de trocas pode dar errado, temos, no âmbito federal, a Petrobrás que, administrada por indicados pelos partidos, veio a se tornar deficitária, além de ter o nome da empresa envolvido na Operação Lava-Jato.

Já no municipal a empresa Carris, também com administradores não concursados, teve desvios milionários, conforme investigação em andamento pelo Ministério Público.

Nos dois exemplos além dos desvios, há contribuição para as campanhas políticas, ou seja, os candidatos elegem-se, indicam os administradores das empresas e estes, através de manobras fiscais, conseguem desviar dinheiro público para futuras campanhas dos mesmos candidatos.

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