Cabides de emprego
Com a aproximação das eleições surge a possiblidade de que os partidos venham a se coligar, visando apoio e maior espaço de tempo no horário polÃtico. Em contrapartida os candidatos assumem o compromisso de, caso venham a ser eleitos, distribuam cargos para os apoiadores.
A prática não é novidade na polÃtica nacional, ocorre há muito tempo, desde a implantação do presidencialismo, com conchavos entre os partidos para se manterem no poder, acordando apoios em troca de cargos, normalmente, colocando nestes os que contribuÃram para a campanha.
As vagas para cargos comissionados, ou seja, aqueles em que os indicados não necessitam formação especÃfica e nem prestar concurso público, apenas são inseridos na máquina pública, aqueles que os governantes indicam para desempenhar a função.
Neste contexto as vagas surgem em todas as esferas do poder, no Executivo e Legislativo principalmente, contemplando os colaboradores, que se esforçam para eleger seus candidatos, sabendo que serão designados para algum cargo.
Nos gabinetes do Legislativo, nos Ministérios e Secretarias são criadas pelos governantes funções comissionadas para acomodar o maior número de correligionários dos partidos, sem controle externo, através de acordos firmados durante as campanhas.
As empresas públicas são um exemplo de que este sistema de trocas pode dar errado, temos, no âmbito federal, a Petrobrás que, administrada por indicados pelos partidos, veio a se tornar deficitária, além de ter o nome da empresa envolvido na Operação Lava-Jato.
Já no municipal a empresa Carris, também com administradores não concursados, teve desvios milionários, conforme investigação em andamento pelo Ministério Público.
Nos dois exemplos além dos desvios, há contribuição para as campanhas polÃticas, ou seja, os candidatos elegem-se, indicam os administradores das empresas e estes, através de manobras fiscais, conseguem desviar dinheiro público para futuras campanhas dos mesmos candidatos.