Gasolina vira artigo de luxo
A Petrobras vem aumentando o preço dos combustÃveis em espaços de tempo cada vez menores, atingindo a incrÃvel marca de 24 reajustes neste ano, acumulando um aumento de quase 30% no preço para o consumidor.
Apesar das explicações do governo federal fica difÃcil entender esta polÃtica de aumentos sucessivos, tendo como justificativa o problema do preço do barril no mercado mundial, enquanto temos conhecimento de que o Brasil produz o suficiente para o consumo e para exportação.
Neste aspecto convém destacar que para exportação o preço é um terço do que pagamos nos postos, pois a carga tributária é enorme, incidindo impostos federais, estaduais e municipais.
Pelo último aumento os caminhoneiros do paÃs resolveram cruzar os braços, assim os produtos não estão chegando aos consumidores, inclusive os combustÃveis para abastecer a frota de veÃculos.
Por erros do passado, em opções equivocadas dos governantes, o transporte de cargas no Brasil está concentrado no sistema rodoviário, enquanto o ferroviário e fluvial foram sucateados e desestruturados. Desta maneira se os caminhões param, a economia para.
Agora as filas aumentam nos postos, pois a notÃcia de falta de abastecimento levou os motoristas a uma corrida para encher os tanques, apesar do preço de quase cinco reais por um litro de gasolina.
Muitos postos estão abastecendo apenas álcool, alegando o fechamento das refinarias, dizem não haver gasolina nos tanques, causando muita irritação naqueles que não possuem os carros flex.
O governo chamou os lÃderes dos caminhoneiros para negociação, colocando na pauta a possibilidade de baixar o preço do diesel e da gasolina, retirando alguns impostos federais, mas tudo no campo da hipótese.
Enquanto segue a greve, vem a notÃcia de que falta combustÃvel para os aviões decolarem, surgindo mais um problema no complexo cenário do sistema de transporte brasileiro, alicerçado na dependência dos caminhões para que a economia funcione.