Os museus a céu aberto
O Museu Nacional acaba de ser destruÃdo por um incêndio, de grandes proporções, aniquilando uma coleção de 200 anos de história, com diversos materiais raros e únicos, mas que, por desinteresse público e privado, não existem mais.
Agora surgem diversos movimentos culturais dizendo que já tinham avisado, os polÃticos aproveitam para prometer novos investimentos na cultura nacional, enquanto há uma troca de acusações entre os diversos órgãos envolvidos na preservação do estabelecimento.
As ruÃnas do Museu Nacional deverão permanecer assim por muito tempo, porque no Brasil há uma tendência priorizar o imediato, com remendos em vários setores, nada sendo concluÃdo, um exemplo disso é o Mercado Público, incendiado em 2012 e sem previsão de retornar a funcionar plenamente.
O povo não tem o costume de visitar museus, mais preocupado em conseguir sobreviver com salários baixos, falta de estrutura nas cidades e com preços dos alimentos exorbitantes. Os setores culturais vivem em uma bolha, isolados da maioria da população.
As festas nas comunidades demonstram o que tem apelo popular, com suas letras ofensivas e suas músicas repetitivas conseguem reunir milhares a cada final de semana, enquanto que uma mostra cultural tem pouca procura, mesmo sendo gratuita.
Mas nossos museus não se limitam aos espaços com este nome, temos verdadeiras relÃquias arquitetônicas abandonadas, sem nenhum investimento para restauração, temos obras que nunca foram concluÃdas ou utilizadas plenamente, ficando como demonstração do desperdÃcio do dinheiro público.
A estrutura do Aero móvel, junto ao Gasômetro, é um destes monumentos à incapacidade dos polÃticos, com uma solução barata e simples, que foi abandonada e acabou sendo reconhecida mundialmente, menos na terra onde nasceu a ideia.
Museu é história, mas somente será aproveitado e entendido se houver um nÃvel de educação para entender o significado de cada peça, espaço e mesmo a origem do lugar, o que funcionava ali antes, senão teremos somente casarões antigos, mal pintados, abrigando coisas velhas no entender de muitos.