Domingo, 28 de Maio de 2023 |

Colunista


Conversando sobre o cotidiano


Paulo Franquilin


franquilin.pc@gmail.com


Azul ou rosa

Sou de um tempo em que os enxovais dos bebês eram confeccionados pelas mulheres das famílias, eram roupas de tricô e crochê, sendo a cor azul destinada aos meninos e a rosa para as meninas, numa repartição de mundo masculino e feminino que começava antes mesmo do nascimento.

Havia a opção das cores verde e amarelo, pois não havia a certeza dos modernos exames que determinam o sexo da criança dentro do ventre da mãe, assim não ocorria o constrangimento de um menino com enxoval rosa ou o contrário, porém, isto, às vezes, acontecia, sendo logo providenciado um novo com a cor adequada ao sexo da criança.

Aprendi que rosa era uma cor feminina e azul dos meninos, porém a vida mostrou que as cores são apenas cores, não determinando a opção sexual das pessoas, mas ainda assim, lembro de alguns antepassados que não usavam rosa, por se sentirem incomodados.

Liberdade de escolha é um dos princípios fundamentais do ser humano, assim alguns usarão cores que a tradição aponta como feminina e mulheres usarão azul sem nenhum problema grave nas suas vidas, mas alguns grupos defendem cores invertidas para destacar a diversidade e outros vêm no sentido contrário.

A declaração da ministra, de que a partir de agora meninos usarão azul e meninas rosa, parece desnecessária, pois tal escolha vai depender mais dos pais das crianças do que delas, enquanto aos adultos caberá escolher o que usar em seu vestuário.

Na realidade este assunto é tão irrelevante ante tantos problemas que temos a solucionar em nosso país, mas que gerou tanta polêmica e gasto de esforço por tantas pessoas, como se isso fosse uma prioridade brasileira.

Usar azul ou rosa não vai fazer com que tenhamos um país melhor, com melhor distribuição do dinheiro público, diminuindo a corrupção em todos os níveis e uma prestação de serviços mais qualificada para a população.

Assim alguns continuarão mantendo uma tradição e outros vão quebrar regras como sempre foi na humanidade, independente da vontade que quem dirige as políticas públicas no Brasil.

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