Quarta-Feira, 22 de Março de 2023 |

Colunista


Conversando sobre o cotidiano


Paulo Franquilin


franquilin.pc@gmail.com


10, 100 ou 1000

Os números dos mortos em tragédias neste inicio de ano só tendem a aumentar, são tantas irresponsabilidades de nossos governantes e ganância de empresários que se preocupam com seus lucros, aliada a um sistema de punição que não funciona.

O Ninho do Urubu foi organizado para receber as categorias de base do Flamengo e servir de espaço para treinamentos, além de possuir alojamento para alguns jogadores, mas com um detalhe que só veio a público com a morte de dez meninos, pois não havia autorização para existir o alojamento.

Uma centena de mortos, no mínimo, foi o que restou da barragem de Brumadinho, onde uma estrutura de terra foi colocada de forma irresponsável, com laudos, possivelmente forjados, mostrando que estava tudo correto, porém depois da tragédia a verdade apareceu tudo estava irregular.

As investigações nos dois casos apontam para uma sequência de erros, com a benevolência de alguns órgãos públicos que não fizeram sua parte, deixando de fiscalizar aquilo que deveriam, permitindo omissão de empresários que não realizaram as obras e reparos que eram necessários.

Mas já tivemos outras tragédias, como a da boate Kiss, onde, entre mortos e feridos, chegamos a quase mil pessoas, o que gerou uma nova legislação para a prevenção de incêndios, mas que na prática não funciona, porque o alojamento do Flamengo foi uma nova armadilha.

Espero que no futuro os políticos e empresários tenham interesse em modificar uma cultura que tem por objetivo ajeitar os processos, evitar fiscalizações corretas, corromper funcionários públicos e burlar as regras que deveriam evitar as tragédias no país.

Outra tragédia atingiu apenas uma pessoa, o jornalista Ricardo Boechat que voava num helicóptero particular, sem autorização para fazer a viagem, ou seja, descumprindo uma série de regras.
Mais um número na estatística de mortes trágicas.

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