Sexta-Feira, 24 de Março de 2023 |

Colunista


Conversando sobre o cotidiano


Paulo Franquilin


franquilin.pc@gmail.com


Carnaval ou bagunça

As notícias de que várias pessoas entraram em confronto com as polícias militares em diversos locais do Brasil, inclusive com imagens de violência contra os policiais, que tentavam acabar com atos de vandalismo e depredações, além de inúmeros casos de brigas e assaltos contra os verdadeiros foliões.

Os problemas acumulam-se, iniciam pela omissão das autoridades, por autorizar alguns eventos sem condições de segurança, pela pressão de algumas entidades que desejam as festas nas ruas, mediante alguns editais que não esclarecem as responsabilidades dos organizadores.

Mesmo com o alerta dos organismos de segurança, os eventos acontecem, não há preocupação com a segurança daqueles que querem se divertir, não havendo revistas nos que chegam, nem limites para a venda de bebidas para adolescentes, num crescente de irresponsabilidades que culminam nas cenas de confronto.

Nossa cultura carnavalesca, antigamente, estava ligada aos eventos nas ruas, porém com o tempo, as prefeituras organizaram espaços para a realização dos desfiles, com dinheiro público sendo investido para as festas carnavalescas, porém nos últimos anos, devido à crise econômica, as verbas escassearam, fazendo retornar às ruas.

Este retorno aconteceu de forma desorganizada, com eventos espontâneos em muitos lugares, dispersos e sem estrutura adequada, com as prefeituras isentando-se de investir e deixando que empresas privadas assumissem o controle destas festas.

O maior espetáculo da Terra acontece no Rio de Janeiro, uma cidade que trabalha o carnaval durante todo o ano, com estrutura adequada, com um Sambódromo, o qual serve de modelo a outros que surgiram depois. No Nordeste os eventos acontecem nas ruas, com multidões seguindo os blocos, bonecos gigantes e outras manifestações culturais, com uma estrutura de segurança adequada.

Por aqui nossos sambódromos são arremedos, enquanto eventos como os carnavais fora de época deixaram de existir, com as entidades carnavalescas perdendo espaço e verbas públicas, enquanto os desfiles desorganizados pelos bairros acabam gerando muita confusão e bagunça, com pouca alegria.

COMENTÁRIOS ()