Sexta-Feira, 24 de Março de 2023 |

Colunista


Conversando sobre o cotidiano


Paulo Franquilin


franquilin.pc@gmail.com


Celulares são perigosos

As notícias mais destacadas dos últimos dias têm, como elemento comum, as mensagens trocadas através dos aparelhos celulares dos envolvidos nos fatos. O suposto crime de Neymar foi exposto por vídeo, mostrando uma discussão, gravado pela modelo Najila, que alega ter sido estuprada, em Paris, pelo jogador num quarto do hotel Sofitel Arco do Triunfo.

Em sua defesa Neymar usou vídeos, fotos e conversas que estavam no seu celular e colocou nas redes sociais, num contraponto às acusações, alegando que o encontro e as relações sexuais foram feitos de forma consensual, portanto sem acontecer o estupro.

Depois da denúncia Neymar lesionou-se e ficou de fora da Copa América, inclusive tendo a perda de alguns patrocinadores que desistiram de ter como garoto-propaganda um suposto estuprador.

Por aqui, o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol tiveram suas conversas, trocadas via celular, obtidas ilegalmente por um site de notícias, divulgadas pela mídia, mostrando um suposto ajuste, entre a acusação e o julgador, para obter as provas e ajustar detalhes para condenação dos investigados pela Operação Lava-Jato.

Para se defender o procurador postou um vídeo alegando ter sido vítima de um crime, pois houve uma invasão clandestina de sua privacidade, expondo suas falas fora de um contexto, tentando desqualificar o trabalho de combate à corrupção.

Moro perde credibilidade na sua luta contra a criminalidade à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública e pode não ser indicado, futuramente, para o Supremo Tribunal Federal (STF).

São dois casos emblemáticos e que dominam as conversas da população e os espaços da mídia, afinal envolvem dois ídolos de nosso país, o craque Neymar e o juiz Moro, ambos amplamente amados e odiados, por suas ações e atitudes nas suas áreas de atuação.

Agora um é acusado de ter praticado estupro e o outro de agir de forma não ética, com enormes prejuízos às suas imagens públicas, tendo como instrumento de acusação materiais que estavam em pequenos aparelhos celulares.

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