Sexta-Feira, 24 de Março de 2023 |

Colunista


Conversando sobre o cotidiano


Paulo Franquilin


franquilin.pc@gmail.com


A informação de que milhões de litros de leite foram adulterados nos últimos meses chocou a população, um esquema de fraude que buscava aumentar a quantidade de produto vendido para a indústria, utilizando de água, formol e uréia, visando ludibriar a fiscalização das empresas, o que, efetivamente, aconteceu durante quase um ano.
A descoberta de galpões com produtos levou o Ministério Público até a origem do problema, na cadeia de produção, com os produtores sendo mal pagos por atravessadores, que após aumentar a quantidade do produto, vendiam com lucro para as fábricas, levando para as casas dos gaúchos um leite com produtos cancerígenos.
Depois de tudo isto, fiquei a pensar: o produto original das vacas é o mesmo que chega à nossa mesa? Não. Aliás, nunca foi, pois quando as fábricas preparam o leite para o consumo, colocam produtos conservantes e estabilizantes, que mantém o produto por mais tempo em condições de consumo.
Ou seja, ingerimos leite adulterado ao longo de muito tempo, desde o primeiro saquinho industrializado, já colocaram água no leite, juntamente com outros produtos para que não azedasse logo. Então a inserção de produtos químicos não é novidade e colocar água no leite é coisa antiga.
Somos vítimas de ingestão de tantos produtos químicos colocados pela indústria de alimentos e bebidas que nossa saúde corre risco diariamente. Ingerimos anabolizantes nas carnes, conservantes nos iogurtes, estabilizantes nas cervejas e flavorizantes nos refrigerantes, sem sabermos o que tudo isto fará com nosso organismo.
Nossa sociedade simula consumir o que precisa, inclusive ingerimos nutrientes e vitaminas em comprimidos para suprir a falta deles na nossa alimentação.
Encerro perguntando: como um salgadinho inocente consegue reproduzir o sabor de churrasco para nossos filhos. Respondo: não será com pedaços de carne, mas com produtos químicos que farão o paladar sentir o gosto da carne, afinal não se pode matar tantas vacas, senão não teremos leite para adulterar.

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