Sábado, 01 de Abril de 2023 |

Colunista


Conversando sobre o cotidiano


Paulo Franquilin


franquilin.pc@gmail.com


Aulas virtuais

Nossa estrutura de ensino público está baseada num modelo presencial, quando os alunos vêm às escolas para participarem de aulas, além de virem em busca de refeições fornecidas nos estabelecimentos de ensino, sendo que para muitas estas merendas são o único alimento do dia.

Com a suspensão das aulas em 19 de março esta rotina foi interrompida, com as mais de duas mil escolas ficando fechadas e sem seus alunos, professores e funcionários, sendo abandonados todos os planejamentos para o ano letivo.

A escola pública foi a base de toda uma geração dos anos 1960 e 1970, quando o Estado aplicava mais recursos no sistema e os professores eram valorizados, pois a Educação era prioridade naqueles tempos, porém tudo foi mudando com visões mais liberais.

A Educação foi sendo privatizada, com as escolas públicas perdendo seus melhores profissionais e as famílias que tinham condições financeiras, levaram os filhos para o sistema privado, enquanto os mais pobres ficaram no sistema público.

A cada ano diminui o número de alunos do sistema público, principalmente pela redução dos investimentos nas estruturas físicas e na remuneração dos professores, os quais são insuficientes para as demandas pedagógicas e afetivas dos alunos.

Com o surgimento de uma nova realidade, onde os alunos devem ficar em casa, aguardando o retorno das aulas, passados dois meses, surgem movimentos para que as aulas sejam virtuais, através de aplicativos e com acesso por celulares e computadores.

O modelo funciona bem no sistema privado, que mantém aulas virtuais desde março, numa rotina que os alunos conseguem acompanhar os conteúdos e realizar tarefas e trabalhos para se manterem conectados com a escola.

Infelizmente esta realidade não funciona no sistema público, com muitos pais desempregados e famílias sem alimentação, buscando auxílio emergencial e cestas básicas fornecidas por entidades públicas e privadas, assim internet para as aulas virtuais não é prioridade.

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