Quinta-Feira, 08 de Junho de 2023 |

Colunista


Conversando sobre o cotidiano


Paulo Franquilin


franquilin.pc@gmail.com


Grenal da pandemia

O retorno do futebol gaúcho aconteceu em 22 de julho de 2020, com o jogo entre o Grêmio e Internacional, transferido de Porto Alegre para Caxias do Sul, pois não houve liberação do estádio Beira-Rio, devido à crise da Covid-19.

Caxias do Sul é uma cidade com enormes dificuldades para dar conta dos doentes da pandemia, restrições para diversas atividades econômicas e circulação de seus moradores, ou seja, está no mesmo nível de Porto Alegre nas classificações oficiais.

A pressão para a volta do futebol foi enorme por parte das empresas de comunicação, preocupadas em transmitir e conseguir patrocínios, num momento em que as empresas deixam de investir nesta área, muitas nem conseguindo funcionar.

As pessoas estão mais preocupadas em sobreviverem à doença, evitando aglomerações e protegendo-se, além de tentarem manter seus empregos, conseguir comprar alimentos e pagar suas contas, portanto futebol não é uma prioridade.

Mesmo com vários atletas e funcionários dos clubes de futebol sendo diagnosticados com a Covid-19, os dirigentes estão preocupados em conseguir dinheiro para arcar com as despesas, mesmo colocando em risco outras pessoas, pois para funcionar um estádio há necessidade de funcionários e colaboradores.

Há também alguns clubes que, devido à pandemia, encerraram contratos e diminuíram seus grupos, por não terem condições de pagar salários durante a parada do Campeonato Gaúcho, além de não conseguirem cumprir os diversos protocolos sanitários de proteção aos atletas que permaneceram.

Mas nada importa neste momento, só voltar a girar a bola nos gramados do Brasil, sendo o Rio de Janeiro o Estado pioneiro nesta prática de jogos em estádios vazios, mesmo com a população sendo contaminada e muitas mortes nos hospitais cariocas.

Para constar o Grêmio venceu por um a zero e teremos programas analisando as atuações dos times e também os números da doença no Brasil, com seus mais de dois milhões de contaminados e quase 83 mil mortos.

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