Sem desfiles
Desde minha infância acompanhava os desfiles do Dia da Independência, quando ia até a Avenida João Pessoa ver a passagem de tropas e veÃculos de combate, com as bandeiras do Brasil e do Rio Grande do Sul sendo carregadas pelas pessoas.
Quando entrei na escola, desfilava na Avenida José Bonifácio, lembro que havia as bandas escolares que marcavam o ritmo, enquanto marchávamos batendo forte o pé esquerdo.
Os desfiles faziam parte da rotina das cidades, havia uma preparação e os moradores ocupavam as arquibancadas montadas ao longo das avenidas principais, numa festa popular, com bandeirolas do Brasil sendo carregadas pelas crianças.
O tempo passou e ao entrar no Exército desfilei pela primeira vez fardado, usando verde oliva, com uma arma nos ombros, sentindo os aplausos e gritos de incentivo, assim foi um momento inesquecÃvel.
Depois como integrante da Brigada Militar tive a oportunidade de participar de dezenas de desfiles, alguns carregando a Bandeira do Brasil ou do Rio Grande do Sul, outras portando uma espada e comandando efetivos.
Também desfilei a cavalo, quando servi no Regimento Bento Gonçalves, algumas vezes em viaturas e até com os projetos sociais como Proerd e PM Mirim, sentindo o apoio da sociedade à Brigada Militar.
Como Comandante de Unidades, entre elas o 24º BPM, pude assistir a passagem dos efetivos e viaturas, sendo possÃvel notar todo o entusiasmo dos policiais militares e dos integrantes de várias entidades civis, numa onda de civismo muito positiva.
No dia 7 de setembro pela primeira vez, em muitos anos, não houve desfiles no Brasil, sem manifestações cÃvicas importantes, com avenidas vazias e nenhum movimento de bandeiras pelas crianças.
2020 foi um ano atÃpico por conta de uma pandemia, assim nos resta lembrar todos os desfiles que já aconteceram e também esperar que nos próximos anos tenhamos o retorno das tropas marchando e veÃculos com as cores nacionais desfilando.