Domingo, 04 de Junho de 2023 |

Colunista


Conversando sobre o cotidiano


Paulo Franquilin


franquilin.pc@gmail.com


Ponte inacabada

Vale recordar que até 28 de dezembro de 1958, quando a Ponte do Guaíba foi inaugurada, a travessia entre Porto Alegre e Guaíba era feita por balsas, porém o serviço não dava mais conta da demanda do fluxo de veículos, assim a ponte com vão móvel veio para resolver o problema.

Ao longo dos anos os içamentos foram cada vez mais frequentes, pelo maior fluxo de navios, causando muita insatisfação dos usuários e empresários, pois os atrasos nos deslocamentos na rodovia causavam prejuízos à economia.

Assim em 2014 começou a construção de uma nova ponte, a qual tivesse altura adequada para os navios de grande porte cruzarem por baixo, enquanto os veículos continuassem trafegando sem interrupções nas viagens entre Porto Alegre e o interior do Estado.

A construção da ponte teve muitas interrupções, com atraso no repasse de recursos e problemas nas desapropriações ao longo do trecho da nova ponte, sendo que a previsão para inaugurar no ano de 2017 não foi cumprida.

A inauguração parcial ocorreu no dia 10 de dezembro de 2020, porém não de forma a cumprir a principal função de seu projeto original, evitar que o trânsito entre Porto Alegre e interior do Estado não sofresse interrupções.

As alças de acesso nos sentidos Porto Alegre para a Metade Sul e da Metade Sul para o Litoral não foram concluídas, porque não conseguiram desapropriar imóveis e terminar todos os acessos, assim parte do fluxo ainda é interrompido nos içamentos.

A conclusão plena da Travessia Paixão Côrtes não tem previsão, pois os recursos públicos não serão destinados para a ponte, assim é cogitado pelo governo federal incluir estas obras num futuro edital de concessão de rodovias federais à iniciativa privada.

É mais uma obra inacabada de interesse da população que os governantes não concluem, que se soma a tantas outras ao nosso redor, demonstrando que o dinheiro público não é bem administrado em todos os níveis de governo no Brasil.

COMENTÁRIOS ()