Sexta-Feira, 24 de Março de 2023 |

Colunista


Conversando sobre o cotidiano


Paulo Franquilin


franquilin.pc@gmail.com


Em plena semana de Dia dos Pais, um fato chocou nosso país. Uma família inteira foi assassinada em São Paulo, o pai, sargento da ROTA, a mãe, cabo da polícia militar, mais a avô e tia-avó de um garoto de 13 anos que teria sido o autor dos disparos e que no dia seguinte cometeu suicídio ao lado do corpo da mãe.
O fato curioso é que, em menos de 24 horas, a polícia paulista concluiu a investigação dizendo que o garoto dopou os parentes e depois matou todos com uma pistola e depois cometeu suicídio.
Normalmente homicídios demoram a serem elucidados, as perícias e laudos atrasam, a investigação arrasta-se por muito tempo, exceto no caso de flagrantes, mas neste caso específico, havia muita dúvida. Tiros precisos, à queima roupa, todos nas cabeças das vítimas, pouco sangue, diferença nos horários das mortes, um suposto suicídio no dia seguinte.
Além de outros fatos que começaram a surgir envolvendo o casal de policiais militares, como supostas denúncias contra outros policiais, novas perícias, um dizendo que o pai foi morto dez horas antes dos outros, depois outra afirmando que o próprio garoto teria sido assassinado.
O que levaria um garoto a pegar uma arma, matar todos os familiares e depois suicidar-se? Doença grave, negativas dos pais, falta de liberdade, depressão, violência doméstica. Mas será que não havia amor entre esta família? As fotos divulgadas mostram um menino feliz, alegre abraçado ao pai e a mãe. Teria aprendido a atirar com o pai, uma forma de intimidade e confiança, aprendido a dirigir com a mãe, também confiança e cumplicidade.
Vamos esperar o restante da história que ainda não acabou, tem muitos pontos obscuros, muitas incertezas, e contrariamente, muita certeza por quem investigou e descobriu tudo em 24 horas. Realmente foram mortes misteriosas.

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