O transporte é público ou privado?
Porto Alegre está sem seu transporte coletivo, o que prejudica todos trabalhadores que precisam deslocar para seu trabalho e depois voltar para suas casas.
As causas desta greve são muitas a começar pelos protestos de julho de 2013, que evitaram um aumento da tarifa, mantendo o preço congelado até agora. Por isso os donos das empresas alegam não ter dinheiro, pois o preço das passagens não permite a concessão de aumento no salário dos rodoviários.
Pelo mesmo motivo nenhum ônibus foi adquirido em 2013 e os investimentos foram escassos. A população ficou usando ônibus com condições ruins, lotados e, em algumas linhas, atrasados e sem veÃculos suficientes para dar conta do número de passageiros.
Outra causa da greve é a planilha de custos, um mistério para a população, com itens de difÃcil explicação, elaborado pelo poder público e pelas empresas, mas contestado pelo poder judiciário.
Acusações de parte a parte, grevistas, poder público e judiciário, cada um com sua versão sobre o tema. Conluios, acordos, ajustes obscuros, tudo sendo revelado na mÃdia.
Assim segue a vida, a população sendo prejudicada pelo desacordo entre os patrões, com seus altos lucros, e os empregados das empresas, com seus salários congelados e condições de trabalho desfavoráveis.
Cabe lembrar que o transporte público é uma concessão para a iniciativa privada, sem termos licitações para esta concessão há muito tempo e quando se fala nisto surgem informações de que não há interessados, que o custo é muito alto para manter o transporte público, ou seja, os que lá estão explorando o serviço parecem fazer um favor para a população.
Há um cartel deste setor, sem nenhuma demonstração de mudança, quem lá está não quer sair e ninguém pode entrar no seleto grupo privado que controla as ações. Foi noticiado que num único dia de greve os donos das empresas tiveram um prejuÃzo de quatro milhões de reais, ou seja, é um ótimo negócio. Muito lucro e pouco investimento.
Os protestos de julho de 2013 queriam uma mudança em tudo isto, preço menor e serviço melhor, porém não aconteceu e chegamos a janeiro de 2014 com uma greve do transporte público, sem termos esclarecidas as planilhas de custo, nem o valor do lucro obtido pelas empresas.