O Rio Grande do Sul tem como característica um movimento sazonal que ocorre de dezembro a março de cada temporada de verão, com a movimentação de milhões de gaúchos em direção ao Litoral visando aproveitar as férias, com aumento significativo do tráfego de veículos nas estradas.
Mas o que leva nossa população a repetir ano após ano esta migração? Uma tendência de deixar as cidades que, nos últimos anos, aquecem no verão, tornando-se verdadeiros “fornos”, com temperaturas altas e baixa umidade, além de ser um costume de nossas famílias, partir para o Litoral, para aproveitar o vento e o mar de nossas praias.
Famílias inteiras seguem em direção à região litorânea, que nunca está preparada para receber tantos veranistas, há falta de estrutura para tantas pessoas, as ruas são inadequadas para tantos veículos, o sistema de esgoto e de serviços não atende corretamente à população sazonal.
As praias aumentam suas populações, com reclamações dos moradores, pois tem suas rotinas alteradas, com mais carros, festas e agitação, incomuns nos outros períodos do ano.
Quem vem passar o período de férias no litoral parece esquecer as regras de convivência, muitos aproveitam estes dias para extrapolar, descumprir regras, saír da rotina, independente de prejudicar os outros, apenas querem aproveitar os momentos, com alto consumo de bebidas e até mesmo de drogas, num total descompromisso com a comunidade local.
Outro ponto a destacar é a malha rodoviária inadequada para receber tantos veículos em direção ao Litoral, com uma rotina de engarrafamentos e viagens demoradas. Quem não está de férias, a cada final de semana desloca para as praias, seja de carro ou de transporte coletivo, havendo um aumento da demanda nas estradas que não estão adequadas para tantos veículos.
Passado o período de verão, restam praias vazias e com o rastro da passagem de milhões de pessoas que não tem nenhuma ligação com as cidades que frequentam temporariamente. Os moradores voltam à sua rotina de praias calmas e com seus eternos problemas de ruas esburacadas e falta de estrutura, que são amenizados durante o período de migração dos gaúchos, mas nunca solucionados definitivamente.