As eleições de outubro de 2014 levaram ao poder novos governos, tanto federal, como estadual, com uma mudança na maneira de administrar os gastos públicos, alterando as relações da economia e com os demais poderes constituÃdos.
O que aconteceu com muitos eleitores foi entender que as propostas dos candidatos vencedores iriam melhorar as condições de vida, ou em muitos casos, manter as conquistas anteriores, porém após um perÃodo de dois meses as mudanças foram para pior.
No âmbito federal houve aumento de tarifas públicas, principalmente no fornecimento de energia elétrica e nos combustÃveis, mudanças nas legislações trabalhistas e aumento da inflação, enquanto que no nÃvel estadual não foram cumpridos acordos anteriores, deixando de pagar fornecedores, com cortes em áreas essenciais, gerando problemas na saúde, educação e segurança.
Agora a desilusão está começando a tomar a forma de protestos e manifestações contra os governos, numa escalada que pode levar a conflitos entre as forças de segurança e os manifestantes, como já ocorrido recentemente no movimento dos caminhoneiros, pois o diálogo tornou-se insuficiente para solucionar os problemas que estão surgindo.
Outro aspecto a ser levantado é que neste momento promessas não são mais aceitas, o povo quer soluções para seus problemas, pois a crise econômica está afetando a vida diária de milhões de pessoas.
Houve um estÃmulo ao crédito em todos os nÃveis, com aumento da aquisição de bens e serviços, baseados numa economia estável e sem sobressaltos, porém devido à mudança neste cenário, as dÃvidas aumentaram e muitos agora não têm como pagar suas contas, além é claro de não poderem usufruir de seus bens pelo aumento da eletricidade e dos combustÃveis.
Não há perspectiva de melhoria dos ganhos da maioria da população, pois muitos estão sendo demitidos, enquanto outros têm seus salários congelados, porém vislumbram no poder público aumentos significativos nos salários e vantagens dos detentores de cargos públicos importantes em todos os poderes.
Assim o povo desilude-se a cada dia, pois parece que os seus representantes não vivem na mesma realidade econômica da maioria da população, que começa a agitar-se contra os desmandos dos governantes.
* Jornalista, escritor e TC RR