Sexta-Feira, 24 de Março de 2023 |

Colunista


Conversando sobre o cotidiano


Paulo Franquilin


franquilin.pc@gmail.com


Todo o sistema educacional brasileiro passa por uma crise nas diversas esferas do ensino, principalmente na educação fundamental quando as crianças são jogadas pelos pais em estabelecimentos, muitas vezes, inadequados e sem profissionais qualificados para atender as necessidades infantis.
Há uma demanda por vagas nas pré-escolas que não é contemplada, faltam escolas com este perfil, obrigando muitos pais a buscarem formas alternativas, através de cuidadores que não são regulamentados e fazem este trabalho em suas próprias casas, com pequenas adaptações e sem estrutura para exercer o papel de educadores.
Um outro aspecto a ser considerado é a discrepância existente entre o ensino público e privado no ensino fundamental, quando no primeiro há uma estrutura voltada para atender várias atividades, no segundo as estruturas são acanhadas. Mas esta diferenciação não é apenas econômica, passa por visão dos gestores, enquanto no privado primasse por atender bem os alunos e procurar ressaltar suas potencialidades, no público há um certo desinteresse e um nivelamento para baixo.
Os investimentos na educação não são adequados, há um direcionamento para o ensino superior, visando termos universitários em grande número, porém no futuro, se nada mudar, não teremos alunos com ensino médio completo, há uma rotina de evasão escolar ao final do ensino fundamental, seja por necessidades financeiras dos alunos, que precisam auxiliar na renda familiar, seja pela falta de atrativos pedagógicos para manter os alunos nas salas de aula.
Nossa educação é baseada, ainda, na figura do professor que ensina e no aluno que aprende numa relação verticalizada, sendo necessário trazer uma real interação aluno-professor, numa troca de saberes e de interesses para termos uma escola mais atrativa e instigante.
Vivemos num processo pedagógico arcaico em muitos aspectos, com discriminação aquelas crianças e adolescentes que apresentam diferenças, com uma enorme gama de informações digitais dos alunos que não combinam com o processo analógico de muitos professores.
Como já foi dito temos escolas do século XIX, professores do século XX e aluno do século XXI.

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