Quinta-Feira, 30 de Março de 2023 |

Colunista


Conversando sobre o cotidiano


Paulo Franquilin


franquilin.pc@gmail.com


A renúncia de Joseph Blatter quatro dias após sua reeleição tem relação direta com a prisão de vários integrantes da FIFA envolvidos em casos de corrupção no mundo do futebol.
A história de Blatter na FIFA começa em 1975, quando assume seu primeiro cargo junto à presidência, com João Havelange no poder. Depois foi evoluindo na entidade, chegando, em 1998, ao cargo máximo, substituindo o brasileiro no comando da FIFA.
Depois de assumir o cargo, a sua eleição foi contestada por denúncias de compra de votos dos delegados, mas nada foi comprovado e reelegeu-se várias vezes, inclusive agora, em 2015, mesmo com a prisão de alguns de seus eleitores.
Quanto movimenta em cifras milionárias ocorre diariamente no mundo envolvendo o futebol, com várias taxas e valores sendo encaminhados à FIFA, que organiza o esporte em nível mundial, sem nenhum controle externo ou fiscalização de outras entidades.
Um dos exemplos foi a nossa Copa do Mundo, na qual gastamos bilhões, que foram investidos para a FIFA e seus patrocinadores faturarem, restando ao Brasil um legado de estádios subaproveitados e inúmeras obras inacabadas.
Porto Alegre, por exemplo, inaugurou no dia primeiro de junho, um ano após o evento, o viaduto São Jorge em sua plenitude, enquanto outras quatro obras da III Perimetral continuam sem previsão de conclusão. Mesmo o entorno do Beira-Rio ainda apresenta remendos e obras em andamento.
A corrupção é tanta que não temos mais certeza de que os jogos de futebol não são arranjados para beneficiar grupos de investidores, pagar propinas a entidades e manter os mesmos dirigentes por anos nestas instituições.
Perdemos mais do que um jogo para a Alemanha, perdemos a chance de termos melhorado nossas vidas com a Copa do Mundo, com legados reais ao nosso povo e não somente a prisão do ex-presidente da CBF.

*Ten Cel BM, Jornalista e Escritor

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