Quarta-Feira, 22 de Março de 2023 |

Colunista


Conversando sobre o cotidiano


Paulo Franquilin


franquilin.pc@gmail.com


A maioria da população trabalha por um período não inferior a três décadas de contribuição para chegar à aposentadoria, a qual deveria ser custeada pelos depósitos efetuados pelos trabalhadores ao longo de sua vida, nas contas da previdência.
Quando foram criados os fundos de previdência tinham por objetivo garantir o pagamento dos salários daqueles que se aposentassem, deixando os valores depositados em contas específicas para esta finalidade. Como o dinheiro da cada pessoa fica retido por mais de trinta anos, os valores existentes nestas contas passaram a ser usados para outras finalidades.
Como eram valores elevados a cada mês de contribuição, os governos passaram a utilizar estes recursos para construção de escolas, casas populares e outras necessidades da população, sem se preocuparam em repor as quantias retiradas, ou seja, gastaram em outras áreas sem previsão de reposição nas contas da previdência.
À medida que os trabalhadores passaram a se aposentarem, os valores começaram a ser retirados dos fundos, os quais, com o passar dos anos, diminuíram gradativamente, chegando a um ponto em que os valores pagos mensalmente não davam conta das despesas, sendo necessário valer-se de outras manobras para quitar a divida com os trabalhadores.
Outro aspecto a ser considerado é que o tempo de contribuição é longo e como falta dinheiro para pagar as contas do fim do mês, os fundos de previdência foram esvaziando e chegaram a um ponto em que não havia mais dinheiro para pagar os aposentados, em número cada vez maior.
O problema da previdência foi a má gestão dos recursos ou desvios destes para outras finalidades, esvaziando as contas, chegando à situação atual em que estamos, onde o arrecadado não dá conta de quitar a dívida com os que estão aposentados, apesar destes terem contribuído por toda uma vida para receberem tais vantagens.

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