Terça-Feira, 21 de Março de 2023 |

Colunista


Conversando sobre o cotidiano


Paulo Franquilin


franquilin.pc@gmail.com


A solidão virtualnversando sobre o Cotidiano
O hábito de mexer no celular está tomando conta do cotidiano de uma forma assustadora, pois as pessoas já não conseguem mais ficar sem seus aparelhos em constante observação. Precisam olhar a cada instante para a tela do aparelho, verificar as imagens e textos, numa rotina de digitação com polegares e concentração total no universo da tela.
O hábito é tão automático que se tornou natural em qualquer ambiente e circunstância, nas mais variadas situações, sendo possível perceber a aceitação desta prática por todos, numa nova maneira de conversar e trocar informações, deixando o velho conversar num outro patamar, ou seja, o diálogo ao vivo está ficando mais restrito.
Pode-se notar o incômodo daqueles que não consegue mexer nos seus aparelhos, ficam nervosos, mexem-se e parecem procurar o aparelho para digitar ou olhar mensagens, numa ansiedade que fica visível, porém como a maioria está assim, torna-se uma patologia social e que passa despercebida.
Não raro podemos ver nas esquinas grupos de adolescentes parados, cada um com seu celular, inseridos no seu próprio mundo virtual, sem compartilhar com os outros o que estão vivendo, num isolamento que se torna prejudicial para a convivência entre as pessoas.
Nos ambientes coletivos, com grande concentração de pessoas, também mostram o mesmo cenário, pessoas juntas, mas individualmente processando suas informações, conversando com pessoas à distância e não trocando palavras com aquelas que estão ao seu lado.
Dentro das residências também é possível constatar pessoas vivendo em seus mundos virtuais, tornando-se estranhas convivendo sob o mesmo teto, com este fascínio sendo percebido em crianças cada vez menores.
Se nada for modificado, no combate a esta patologia social, teremos, num curto espaço de tempo, a ausência do diálogo, da troca de sentimentos e da vida em sociedade, numa crescente onda de individualismo e solidão, com uma total desconsideração pelo coletivo, será cada um pensando em si na tela de seu celular.

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