Sexta-Feira, 24 de Março de 2023 |

Colunista


Conversando sobre o cotidiano


Paulo Franquilin


franquilin.pc@gmail.com


Política brasileira

O ser humano é dualista por essência: certo ou errado, bom ou ruim, esquerda ou direita, e isso se reflete na política, quando surgem os partidos políticos com suas ideologias e teses sobre o que é governar.

Nosso país teve seus primeiros partidos, durante o Império, em meados do século 19, quando surgiram dois partidos de apoio ao regime, um defendendo a centralização do poder no Imperador e outro dando autonomia às províncias, sendo ambos escravocratas.

Depois com o advento da República, em 1889, surgiu o Partido Republicano, que dominou o cenário nacional, com forças locais muito fortes, com eleições fraudulentas e manutenção de governantes por longos períodos nas províncias.

Em 1930, com a ascensão de Getúlio Vargas à presidência, via golpe, haviam diversos partidos, inclusive com ideologias ligadas ao comunismo e ao fascismo. Em 1937 com o Estado Novo, os partidos foram proibidos de existir até 1945, quando Vargas foi deposto por um golpe militar.

Após a saída de Getúlio, os partidos voltaram a existir, sendo que ele criou o PTB, que junto com o PSD e UDN dominaram a cena política até 1964, quando tivemos mais um golpe militar. Em 1966 os partidos foram extintos, sendo implantado o bipartidarismo, surgindo a ARENA e o MDB, que se mantiveram até 1980, quando houve a redemocratização e o surgimento de diversos partidos.

Esta constante mudança legislativa quanto à existência de partidos políticos no Brasil, faz com que não tenhamos partidos duradouros, eles surgem e se extinguem conforme os interesses dos governos e dos seus componentes, que descontentes, unem-se e formam novos partidos, numa miscelânea ideológica difícil de entender.

Os próprios partidos possuem divergências internas, alguns conseguem ser oposição e governo ao mesmo tempo, enquanto outros estão sempre no poder, independente de qual partido esteja no governo.

As alianças partidárias são conforme os interesses pessoais dos líderes e atendem às necessidades de determinado momento, não há um histórico de coerência, sendo difícil ao povo entender o que acontece na política em âmbito municipal, estadual e federal.

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