Os donos das ruas
O direito de ir e vir está previsto na Constituição Federal, permitindo à s pessoas circularem livremente pelos espaços públicos sem serem impedidas por ninguém, porém o que se observa nos últimos acontecimentos envolvendo bloqueios de ruas e estradas é o total desrespeito a este regramento jurÃdico.
Também há a permissão para a livre manifestação do pensamento e opiniões em espaços públicos, desde que devidamente autorizados, sendo possÃvel a reunião de pessoas de forma pacÃfica visando defender suas posições sobre os mais diversos assuntos.
Cabe ao poder público garantir o equilÃbrio entre os interesses de quem resolve trancar as ruas para manifestar e aqueles que não querem participar do evento e continuar circulando pelas vias, numa complicada equação para satisfazer todos os envolvidos.
O problema é que os manifestantes, geralmente, querem priorizar seus interesses não permitindo que as demais pessoas sigam suas vidas, mas basicamente o pensamento é prejudicar o maior número de pessoas para que a repercussão seja maior, porém o que ocorre é que ao invés de receberem apoio, acabam recebendo crÃticas por sua posição radical.
Não existem donos das ruas, elas são espaços públicos utilizados para que a população circule livremente dentro das cidades, permitindo que a vida flua naturalmente, sem sobressaltos, porém alguns grupos resolvem apoderar-se do espaço público e ignorando outros interesses acabam causando enormes transtornos a quem não tem nada a ver com suas reivindicações.
Cabe, ainda, ao poder público, através dos órgãos policiais, quando as manifestações extrapolarem seus objetivos fazer cessar os atos criminosos, identificarem os autores e responsabilizá-los por suas ações.
Acredito que tais situações tendem a aumentar, pois com um processo de impeachment em andamento, os grupos antagônicos ocuparão os espaços públicos para manifestar seu apoio ou descontentamento pelo resultado que está em curso no Senado, com tendência ao afastamento da presidente do Brasil.