Frio abaixo de zero
Como enfrentar o frio sem ter casa ou abrigo? Esse é o desafio de milhares de moradores das ruas no inverno gaúcho, os quais sofrem por não terem as mÃnimas condições de protegerem-se do vento gelado e da geada que costuma cair nas noites frias.
Mas de onde vêm estas pessoas? Elas são resultado da falta estrutura para oferecer emprego, de muitas famÃlias não querem seus parentes com distúrbios mentais leves ou que envelheceram e não são produtivos, outros tantos são oriundos do interior do estado, que chegam aos centros urbanos e não conseguem emprego ou moradia e muitos que decidiram viver nas ruas, sem nenhuma responsabilidade ou compromisso.
Aos que já estão nas ruas as prefeituras oferecem abrigos, onde só ficam se tomarem banho e estiverem sóbrios, podendo passar a noite, com janta e café da manhã, mas insuficiente para atender a demanda, enquanto várias entidades trabalham com distribuição de roupas, cobertores e alimentação nas frias noites do Rio Grande do Sul.
Os moradores de rua agradecem e esperam nas noites seguintes, por outras pessoas com solidariedade. Vão vivendo em seus espaços públicos, debaixo de viadutos, pontes, paradas de ônibus ou nas calçadas, embaixo de marquises, enrolados em seus velhos cobertores, sobre colchões ou caixas de papelão, organizando um lar para dormirem.
Muitos andam com suas coisas em sacolas e mochilas, acompanhados por animais, juntando material reciclável para venderem e com o dinheiro comprarem comida e bebida, numa rotina de tentar sobreviver.
Os setores públicos responsáveis pelo apoio aos moradores de rua enfrentam enormes resistências, tanto de parte da população contrária ao assistencialismo e dos próprios moradores de rua que não querem regras em suas vidas.
Realmente não deve ser fácil viver sem condições mÃnimas de proteção, com temperaturas abaixo de zero e com fome, sujeitando-se a comer o que encontrar no lixo ou aquilo que as pessoas estiverem dispostas a oferecer.