Mês da advocacia!
Tenho usado este espaço no mês de agosto para reverenciar o mês da advocacia, já que no próximo dia 11 se comemora o dia do(a) advogado(a).
E nesse período, onde atravessamos uma das maiores crises da história do poder judiciário, esta saudação merece ser reforçada, com destacado reconhecimento a esta classe a qual tenho imenso orgulho de pertencer.
Muito já escrevi sobre todas as tarefas que acumulamos para exercitar o sacerdócio da advocacia, buscando do diálogo ao enfrentamento (nesta ordem), a melhor forma de solução do conflito, perseguindo o equilíbrio das relações sociais, e acima de tudo a realização da justiça. E isso no período da pandemia, se tornou ainda muito mais intenso, devido a tudo que diariamente enfrentamos para atender todas as demandas que representamos.
Hoje quando vejo e vivo todos os esforços da advocacia para garantir o direito de trabalhar e representar seus clientes, tendo que superar obstáculos inimagináveis à luz de uma constituição federal democrática, e que coloca o advogado como indispensável à administração da justiça, eu me emociono. Porque sim, os advogados e advogadas que transpiram a advocacia, e vivem ela de corpo e alma, sabem da intensidade das emoções que esta profissão estimula.
Na edição passada foi publicada aqui mais uma ação da OAB/RS, que tem requerido de forma recorrente junto ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o retorno total das atividades do judiciário gaúcho. Pois, afinal, é inconcebível que ainda tenhamos limitações de horários, atendimentos, ou quaisquer outros tipos de restrições de acesso aos processos, sem deixar ainda de lembrar de todos os problemas enfrentados especialmente também nos processos eletrônicos, após o ainda não plenamente desvendado "ataque hacker". E nesse sentido, insistentemente, temos postulado direitos e a observância dos preceitos constitucionais, com medidas junto ao conselho máximo da justiça.
A responsabilidade pelo atraso das demandas não é tua colega! A responsabilidade é de um judiciário ineficiente, que não consegue dar uma reposta efetiva à sociedade, sequer conseguindo organizar a digitalização dos processos físicos de forma célere e eficaz, quando teve mais de um ano para fazê-lo. E não me venham dizer que cabe à advocacia o papel de digitalizar processos, ainda que reconheçamos nosso papel colaborativo no sistema processual vigente.
Por tudo isso também, porque somos advogados, devemos enaltecer o nosso mês, o nosso dia! Porque a advocacia, parafraseando Sobral Pinto, "não é uma profissão para covardes", e nem no período mais difícil da nossa história recente nos calamos frente a tudo que hoje está acontecendo, pois somos o instrumento por meio do qual se persegue a justiça, e isso nos dignifica.
Não há justiça sem advogado e advogada! Seguimos trabalhando, pois as dificuldades também revelam os bravos e bravas, homens e mulheres de ordem, que têm arduamente trabalhado para dar suporte aos colegas em momentos sensíveis, o que eleva a importância de um coletivo forte. Isso porque, como sempre destaco, quando nos unimos somos imbatíveis!
Parabéns advogados e advogadas! Seguimos firmes e fortes, enfrentando os problemas, combatendo o bom combate, sem nunca perdermos a essência e espírito da advocacia, traduzidos desde o nosso juramento.