Tera-Feira, 06 de Junho de 2023 |

Colunista


Direito e Cidadania


Andrea Maisner



O PROBLEMA CRÔNICO DO TRÂNSITO NAS CIDADES

O trânsito há tempos vem sendo um problema crônico nas cidades e não apenas nas grandes metrópoles ou capitais.

Na maioria das cidades brasileiras, especialmente em épocas específicas – como é o caso do final do ano – o acúmulo de carros, coletivos e pedestres tentando dividir os espaços públicos se torna uma aventura demorada e cansativa.

No Brasil existe o Código Brasileiro de Trânsito para regulamentar as regras de trânsito seja para os pedestres, seja para os condutores de quaisquer veículos automotores permitidos (carros, ônibus, vans escolares, motocicletas, etc). Porém o que vemos na prática é quase um salve-se quem puder.
Alguns meios de transporte coletivos possuem locais próprios para trafegar, a exemplo dos ônibus na maioria das cidades. Igualmente há pontos de embarque e desembarque. Os táxis, via de regra, possuem um “ponto” e no local há um telefone a ser acionado para chamar o motorista livre
Nos últimos anos nos deparamos com o fenômeno dos aplicativos de transporte (uber, pop, 99 e afins) que se tornou uma alternativa aos até então superfaturados táxis e, pelo custo-benefício, muitas vezes mais baratos e rápidos sendo uma opção ao transporte coletivo (precarizado, com custo significativo, lotado e atrasado).

Todos esses ainda dividem espaços com motociclistas a lazer ou trabalhando, costurando entre os carros e pistas. Ainda, quem nunca se deparou com uma moto estacionado exatamente no meio de uma vaga de carro?

No entanto, não houve qualquer alteração no Código de Trânsito ou mesmo na estrutura das cidades para abarcar esse fenômeno.

Com raras exceções, como em grandes aeroportos, houve disponibilização de área exclusiva de embarque e desembarque para veículos de transporte por aplicativos, porém não se vê quase nenhum movimento das cidades ou dos governantes para aumentar ou regularizar tal situação e, assim, tentar organizar e dar maior fluidez ao já tumultuado trânsito brasileiro.

Há quase zero incentivo para utilização de bicicletas e as ciclovias são precárias ou inexistentes.

Não são raras as vezes em que nos deparamos com carros de aplicativos parados sem qualquer sinalização, ou com a sinalização equivocada (pisca alerta, por exemplo, que só deve ser usado em emergências), estacionados em locais de embarque exclusivo de táxis ou de vans, ou mesmo parados em pontos de ônibus dificultando que o coletivo se aproxime do local e, por vezes, deixando os passageiros sem acesso ao transporte que estava buscando.

Outras inovações que ao invés de auxiliar o tráfego, tem efeito contrário, são os períodos máximos de permanência em determinados locais, como recentemente ocorreu no aeroporto internacional Salgado Filho em Porto Alegre.

Houve até mesmo intervenção do Ministério Público acerca da cobrança para permanência no local superior a dez minutos. A justificativa da INFRAERO era dar vazão ao fluxo de veículos, mas o que se vê é justamente o oposto, com as cancelas forma-se filas e mais filas de carros, aplicativos, táxis, vans e etc, todos desesperados em não ultrapassar o tempo estabelecido para isenção que, até seriam suficientes para embarque ou desembarque, porém com a falta de fluidez e atraso nas chegadas e partidas de vôos acabam por tumultuar ainda mais o acesso e partida naquele ponto da cidade.

O trânsito deve ser pensado como um todo e para todos. Devemos ter responsabilidades como pedestres e como motoristas, eis que muitas vezes alternamos tal papel. O pedestre pode e deve ser respeitado mas para isso, quando estiver atrás do volante também precisa respeitar e se fazer respeitar. Aproveitando que é final de ano, se for beber, não dirija! Boas festas, cuidem-se!

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