“SAIO DA VIDA PARA ENTRAR NA HISTÓRIA”
Do livro de Lira Neto, GETÚLIO, Da Volta pela Consagração Popular ao Suicídio. 24 de agosto de 1954, cumprindo sua promessa, Getúlio cometeu suicídio, com um tiro no coração, em seu quarto no Palácio do Catete, Rio de Janeiro. O país jamais assistira tamanha comoção popular. Quando as emissoras de rádio começaram a noticiar o suicídio de Getúlio, uma multidão acorreu ao Catete. Calcula-se que 100 mil pessoas foram se despedir do presidente morto, enquanto grupos de getulistas mais exaltados atacaram as sedes e os carros de reportagem da Tribuna da Imprensa e de O Globo. Cerca de 3 mil populares foram atendidos, nesse dia, pelo posto médico que servia ao palácio, vítimas de desmaios, crises nervosas e ameaças de ataque cardíaco. As filas se estenderam por vários quilômetros de ruas, com homens, mulheres e crianças de todas as classes sociais.
MATOU-SE VARGAS. O PRESIDENTE CUMPRIU A PALAVRA: “SÓ MORTO SAIREI DO CATETE”
Era a manchete da Última Hora. O caixão foi colocado no salão do Gabinete Militar para visitação pública até o dia seguinte, quando foi conduzido ao Santos Dumont, para sepultamento em São Borja. O cortejo tomou toda a extensão da orla, da praia do Flamengo até os arredores do aeroporto. Antes do embarque, a família dispensou as honras militares e recusou o avião da FAB que a Aeronáutica pusera à sua disposição. Uma aeronave da Cruzeiro do Sul levou o esquife até o Rio Grande. Em vez de significar um gesto de fraqueza e covardia, a autoimolação de Getúlio o tornava um mártir e, para o imaginário coletivo nacional, um símbolo heróico de resistência.
PENSAMENTOS DE GETÚLIO VARGAS
“Saio da vida para entrar na história.”
“No ministério tem gente capaz, o problema é que a maioria é capaz de qualquer coisa.”
“Não tenho inimigo de quem não possa me aproximar, nem amigo de quem não possa me distanciar.”
“Desconfio de quem nunca me pediu nada. Geralmente, aqueles que se sentam à mesa sem apetite são os que mais comem.”
“Quem não aguenta o trote não monta o burro.”