Por Redação em 03 de Março de 2023
"Em 2006, dezenas de pneus foram encontrados no Gravataí" (Foto: Arquivo A Semana)
Nas últimas semanas, o Rio Gravataí virou pauta devida a quantidade de lixo descartado irregularmente em suas margens – que acabou se acumulando próximo a Cachoeirinha. Apesar de não haver registros, em Alvorada o problema também é uma constante. Em anos passados, mutirões precisaram ocorrer para que situações como a do município vizinho não se tornassem realidade.
No passado...
Em janeiro de 2006, o Jornal A Semana denunciou os problemas do Rio Gravataí. Na oportunidade, dezenas de pneus velhos eram vistos nas margens do arroio – além de outros dejetos. Pouco mais de um mês depois, os municípios de Gravataí, Alvorada, Cachoeirinha, Viamão e Porto Alegre – além do Corpo de Bombeiros e da CORSAN – realizaram um mutirão de limpeza em cerca de 300 metros do Rio Gravataí.
Foram retirados 150 sacos de resíduos catados a mão, 100 pneus, sendo alguns pescados, pedaços de madeira e plásticos. Ao todo, foram oito caminhões que saíram do Rio Gravataí nesta ação. Mais de 50 pessoas se envolveram na ação – entre eles o ex-prefeito Carlos Brum (PTB), o secretário municipal do Meio Ambiente, sr. Maurício Oliveira – que ocorreu nas margens do rio, próximo ao Bairro Americana.
Respostas do Executivo
A reportagem foi até a Secretaria de Meio Ambiente (SMAM) para conversar com o titular da pasta, Rudi Guzati. Ele explicou que, no trecho do Rio Gravataí de Alvorada, não existe lixo na lâmina, mas sim embaixo. Para evitar esse problema, a administração municipal realiza o trabalho de desassoreamento dos arroios para que se evite do resíduo chegar até o leito.
Segundo ele, o lixo que foi registrado em Cachoeirinha é de uma série de municípios – Gravataí, Alvorada, Viamão e Porto Alegre. Para se enfrentar o problema de forma mais impactante, o secretário deve propor uma força-tarefa em reunião da GRANPAL na próxima semana. “Precisamos de uma autorização da FEPAM e da SEMA para, em parceria com os outros municípios, pensar em uma grande ação”, pondera Guzati.
A ação proposta pelo secretário é de que seja autorizada uma ação de limpeza do rio, em que cada município coloque equipamentos nas margens do rio – hoje eles não podem trabalhar há menos de 100 metro do Gravataí devido a legislação – para fazer a limpeza direta no local. Contudo, Guzati ressaltou que é necessário trabalhar dentro dos municípios para que o lixo não chegue até o leito.
Questionamentos a CORSAN
A reportagem do Jornal A Semana questionou a Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN) referente a barragem construída em Gravataí. Isso porque alvoradenses questionaram o possível impacto desta ação na captação de Alvorada. Contudo, a estatal informou, através de nota que não há o barramento do Rio Gravataí com a função de alterar o regime hídrico.
Segundo a CORSAN, a referida barragem foi construída com material granular que está garantindo a estabilidade da estrutura, bem como a percolação da água através dos vazios, uma vez que não foi utilizado nenhum material aglutinante. A altura da barragem permite a manutenção do nível dentro da calha do rio e serve para controle do nível à montante da barragem, onde se encontra a captação de água bruta para a ETA Gravataí.
Já sobre o uso da água de Alvorada ser a mesma tratada na ETE, a CORSAN descarta que isso esteja ocorrendo. “Em situações normais o fluxo do rio Gravataí é em direção ao Lago Guaíba, sendo assim, não havendo contribuição do esgoto tratado na ETE. A captação de água para abastecimento de Alvorada fica montante da ETE”, finaliza a nota enviada pela estatal.