Por Redação em 04 de Dezembro de 2020
"Existem relatos de animais encontrados nas ruas Gaspar Martins, Salgado Filho, Icaraí e no Bairro Intersul" (Foto: Divulgação)
Na última semana, diversas pessoas relataram nas redes sociais terem avistado macacos passeando por árvores e telhados de casas na cidade. Os registros são de dias e bairros diferentes de moradores dos bairros Sumaré, Piratini, Intersul e Americana e o fato vem chamando a atenção, afinal esse é um animal silvestre.
Relato de moradores
Fotos e vídeos dos animais surgiram nas redes sociais. Uma das pessoas que avistou o animal foi Patrícia Oswald, moradora do Bairro Sumaré. Ela afirma que o macaco ficou em torno de três dias em uma árvore ao lado de sua casa e sempre descia ao chão e pegava alimentos. Segundo a alvoradense, muitos vizinhos estavam dando frutas ao bicho, que parecia calmo e acostumado com o ser humano.
Já Cláudio da Costa, morador do Bairro Americana, também afirma ter visto o animal. Isso aconteceu na quarta-feira, 25/11, enquanto trabalhava. “Eu estava trabalhando e ele bem tranquilo. Ficava olhando, mas não avançou e nem nada. Eu tirei fotos e dei banana para ele. Fiquei com pena do bichinho e ele ficou ali em casa. Inclusive carinho eu pude fazer”, salienta o alvoradense.
Segundo ele, na hora que viu o macaco acabou se assustando, pois ele caiu em cima de sua retroescavadeira. Contudo, ele subiu pelas árvores e ficou se escondendo do sol e comendo. “Foram dois dias que ele ficou no entorno aqui de casa. É um animal dócil e bem cuidado. Alvorada infelizmente não tem nenhum órgão para ajudar a pegar o animal. Eu liguei para vários lugares e sequer fui atendido”, desabafa Costa.
Um exemplar do animal também foi visto no Bairro Intersul. Quem confirma é Loise Dornelles, que teve contato com o macaco. “Ele é muito querido. A gente conversava com ele enquanto estava na árvore e ele sorria pra gente e ficava nos chamando com a mãozinha. Ele inclusive estava comendo um galho e a gente disse pra ele tocar fora e pegar frutas e ele fez isso”, enfatiza a jovem.
Renata Arruda, que também mora no Bairro Intersul, disse que o encontrou uma vez e depois procurou novamente, mas sem sucesso. “Ele foi muito simpático. Ele não é um macaco agressivo. Ele nos chamava e dava sorriso para nós. Inclusive eu conversava com ele e era correspondida. Em nenhum momento ele foi agressivo. Fiquei muito feliz em ter visto ele aqui na volta. Tomara que volte”, finaliza a dona de casa.
Trabalho de ativistas
A Câmara de Vereadores terá uma representante que defende como bandeira a causa animal. Trata-se de Oliane Santos (Cidadania). Ela afirma já ter recebido relatos de animais encontrados nas ruas Gaspar Martins, Salgado Filho, Icaraí e no Bairro Intersul. Segundo ela, são pelos menos seis animais e um que foi encontrado morto recentemente por alvoradenses.
Contudo, ela afirma que tenta contato com os órgãos competentes, mas não é dada importância ao caso. “Não sabemos os motivos de eles estarem soltos na cidade e as pessoas não sabem como lidar. O bichinho está com fome e com sede e não estão no seu habitat natural. Nós estamos tentando junto a SMAM e o IBAMA, mas infelizmente eles não estão dando a real importância ao caso”, relata Oliane.
Respostas do Executivo
A reportagem do Jornal A Semana conversou com Pedro Verran, que é fiscal ambiental da Secretaria de Meio Ambiente (SMAM). Segundo ele, existem dois relatos protocolados na Prefeitura e que são do Bairro Formosa. Isso há cerca de 20 dias. Segundo ele, é o mesmo macaco nas duas residências e ele estava circulando pelas árvores, fios e telhados.
Até onde se sabe, ele estava preso em um cativeiro e escapou. “Esse tipo de animal é nativo da região, vivendo em matas do bioma Mata Atlântica. Com o avanço desenfreado da urbanização e desmatamento em áreas de mata nativa eles perdem espaço do seu habitat e acabam sendo atraídos pela população que oferece comida para eles”, explica Verran.
O fiscal ambiental afirma que as causas da morte podem ser várias: ataques por cachorros, choque elétrico e morte por seres humanos; entre outros. Devido à situação de estresse que esses animais podem estar, é orientado que não se alimente os macacos e entre em contato com os órgãos competentes. Contudo, eles não oferecem riscos aos seres humanos.
Serviço
Qualquer relato de macacos-prego deve-se ligar para qualquer um dos seguintes números: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis/IBAMA (3224.8937), órgãos estaduais (98681.7420, 3288.8187 e 98593.1288) ou a Secretaria de Meio Ambiente/SMAM (3411.7331). Essas são as entidades responsáveis pelo resgate do animal.