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Carta do leitor

22 de Março – Dia Mundial da Água

Por Redação em 23 de Março de 2018


O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU em 1993 com o objetivo de buscar na sociedade mundial uma reflexão sobre a problemática envolvendo quantidade e qualidade da água disponível no planeta.

Alguns números são importantes para se entender a importância de se debater este tema e iniciar a reflexão proposta neste artigo: 97% da água do planeta é salgada, ou seja, não potável, 2% estão contidas em geleiras e apenas 1% é formada por fontes de água doce, sendo eles mananciais superficiais e subterrâneos. O Brasil se encontra em posição privilegiada, tendo 13% das reservas do mundo, mas, dividida de forma desigual, onde temos abundância em algumas regiões e escassez em outras.

Entender esta problemática, que envolve o recurso mais essencial à vida, não é possível sem reconhecer a complexidade da questão, e que respostas simples e soluções milagrosas são uma completa ilusão. Os governos, Ongs, cientistas, e diversas outras formas de lideranças nada conseguirão mudar ou, sequer melhorar a situação atual que se encontram nossas fontes de água, se cada um de nós, no individualismo egoísta e natural do ser humano moderno, que tem abundância de recursos naturais, não perceber que temos que mudar já de atitude. Não amanhã, não daqui a alguns anos, não através dos nossos filhos, mas hoje, agora mesmo.

Mas para mudar, é preciso, primeiramente, conhecer a cadeia interligada dos recursos naturais, e para isso não é necessário ser um PhD em qualquer ciência da natureza, não é preciso estudos avançados ou diplomas. Basta observar... sim, observar a sua volta, e entender o ciclo de tudo que consumimos e como conduzimos nossa vida. Precisamos entender e reconhecer que a nossa vida gera impactos no meio ambiente, que somos seres poluidores e depende de nós poluir menos, compensar, equilibrar, e dar à natureza a chance, e o tempo, de se regenerar. Isso vai desde a água que deixamos jorrar nas torneiras enquanto escovamos os dentes ou tomamos um banho demorado, até entender pra onde vai o esgoto quando puxamos a descarga, pra onde e como é tratado o lixo que geramos todos os dias. Lixo este, fruto de um consumismo desenfreado de coisas que nos convenceram que precisamos, sem pensar nos recursos naturais necessários para produzir todos estes bens que entulham nossas casas e nossa vida. Tudo, absolutamente tudo que produzimos e cultivamos precisa de água. Precisamos entender, enquanto indivíduos, qual o nosso papel nesse ciclo vicioso de produção – consumo – descarte e onde podemos interferir para que seja o menos danoso possível aos nossos finitos recursos hídricos.

É preciso pensar e repensar continuamente, é preciso reciclar não apenas o nosso lixo, mas os nossos valores enquanto ser humano vulnerável e dependente da natureza para viver com saúde e dignidade. Devemos olhar para o meio ambiente com olhos de gratidão, respeito e cuidado e contemplar os nossos rios e fontes com a certeza de que futuras gerações também o farão.

A dúvida que resta é se faremos isso agora, que ainda temos tempo de mudar e abundância em recursos, ou depois, quando as condições dos mananciais sofridos pela poluição já não sustentarem mais o nosso comportamento negligente. A diferença está no preço que se vai pagar por isso em cada momento, e tenho uma certeza, ele será cada vez mais alto. A escolha é sua.

Rosangela Hartmann - Gestora ambiental e gerente da CORSAN Alvorada

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