Quinta-Feira, 23 de Maro de 2023 |

Editorial

A agonia de um Rio que pede por socorro

Por Redação em 13 de Janeiro de 2023


O verão escaldante está nos cercando. E o tema se repete ano após ano, afinal de contas estamos em pleno período em que os dias são mais longos e o sol presente como acontece dia após dia. Dias e dias sem nuvens nos céus ou acolá algumas para amenizar um pouco o calor deste período. E o bem precioso, a água, se torna mais precioso para nos refrescar e matar a sede que tanto é valorizado ainda mais nesta época.

E nesta estiagem nota-se à flor da pele o quão está abandonado o nosso Rio Gravataí. O simples sobrevoar de um drone nos mostra do alto o filete de água que escorre entre os baixios. Quando em outra estiagem há anos passados, o drama também era desesperador. Plásticos, centenas e centenas de pneus nas suas margens e dentro do canal, carcaças de veículos, vidros, sofás e outros produtos inimagináveis. Árvores caídas dentro do rio tornando-o literalmente intrafegável.

Diante deste quadro, atitudes momentâneas são tomadas a longos anos, entre elas a proibição de bombeamento para plantação de arroz, o consumo racional, limpeza e aprofundamento no local de captação da água. Na capital dos gaúchos, Porto Alegre, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE_ recolheu toneladas de rejeitos nas últimas semanas antes que adentrassem o Rio Gravataí. Porém o esgoto não tratado passa pelas barreiras tomando rumo livre.

Desde o Banhado Grande até a sua foz são mais de 40 km, sendo que os últimos 12 km são os mais poluídos, enquadrando o Rio Gravataí entre o 5º rio mais poluído do Brasil. É uma lástima e os poderes constituídos continuam virando as costas para a situação tão crônica que poderia ser amenizada se os governos juntos tomassem uma iniciativa. Sim, foram tomadas iniciativas, porém frente a real situação, são poucas as melhorias proporcionalmente aos valores investidos.

O Rio Gravataí continua pedindo por ajuda. Ingratos somos com ele que tanto nos deu e apesar dos apesares em breve ressurgirá vistoso, tomando os espaços que hoje ocupamos quando ele está agonizando. Que esta estiagem sirva novamente de lição para que nos voltemos a olhar e pôr as mãos à obra e auxiliar quem tanto nos ajudou.

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