Por Redação em 31 de Janeiro de 2020
Nos anos 90, quando José Arno Appolo do Amaral (MDB) foi prefeito do município pela primeira vez, moradores do Bairro Americana se mobilizaram para plantar árvores nos dois lados do campo São Caetano. Segundo relato de quem participou do processo, o chefe do Executivo esteve na região, auxiliou na melhoria do campo, a retirada do entulho e a aplainou o local onde as mudas de árvores seriam plantadas.
Na época, diversos moradores apoiaram os projetos, envolvendo inclusive crianças do bairro, que ficaram responsáveis por regar cada uma das mudas. Um dos entrevistados desta edição, Renato Armani, mora em frente ao campo até os dias de hoje. Foi um dos que mobilizou a comunidade e nutre um apego emocional com essas árvores (muitas delas foram plantadas com o auxílio de sua filha, hoje com 25 anos).
Mais de 20 anos se passaram e a Prefeitura tomou a decisão de derrubar aquelas árvores. A justificativa é de que elas estavam comprometidas e que poderiam cair em cima de alguém. Plausível. Contudo, porque ninguém da Secretaria de Meio Ambiente foi podar a árvore nesses mais de 20 anos? – segundo os moradores, dezenas de pedidos foram feitos e nunca cumpridos.
Além disso, porque os moradores não foram comunicados quando da derrubada? A administração realiza reuniões com comunidades para fazer pavimentação comunitária ou audiências públicas, então porque não procurar os responsáveis pelo plantio e ser transparentes. Isso para não entrar no mérito sobre a destinação final das madeiras dessas árvores – muitas com mais de 30 metros de altura.
Mas tudo bem. Infelizmente as árvores foram cortadas e não foi possível salvá-las. Contudo, o que ocorreu depois disso? Promessa de solucionar a drenagem da região, novo cercamento do campo e o replantio das árvores. O prazo dado foi abril de 2019, mas já estamos em janeiro de 2020 e o local segue sem sombra, sem cerca e com os problemas de alagamento nas enxurradas se tornando um local abandonado e sem segurança.
Existem casos de pessoas que querem ou precisam cortar uma árvore dentro de seu pátio e, para isso, precisam replantar oito mudas de novas árvores em um novo local. Porque isso não acontece com o caso dos eucaliptos, quando o poder público toma a frente? E será que vai ocorrer quando as árvores do outro lado tiverem de ser derrubadas? Não são altas e nem oferecem perigo, mas têm grandes chances de sair dali, por qualquer motivo.
Alternativas precisam ser pensadas para que a comunidade envolvida saiba os motivos e pense junto o que pode ser feito. A atual administração conhece bem essa região e essas árvores (tanto é que esteve envolvida no plantio), então porque não ser proativo como é para as reuniões que tratam outros temas? Árvore é vida e hoje os moradores ficam sem sombra, sem cerca e os problemas do passado retornaram agora no presente.