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Editorial

A Lei do Nepotismo

Por Redação em 13 de Outubro de 2017


O adágio popular é fértil em nossa terra. E em se tratando dos políticos, ainda mais nos dias de hoje, as redes sociais estão repletas de milhares de contos de como não seguir o exemplo dos que regem boa parte da nação. E bons exemplos são exceção à regra.

E na terra da Capital da Solidariedade, o fato também não foge às regras. Entra ano e sai ano, existe somente a troca de algumas cadeiras e o compasso lerdo do desenvolvimento fica a posteridade. As tentativas infrutíferas de novos horizontes são barradas pelos cadeirantes ativos do paço municipal presentes em todos os seus andares.

E a postergação é a tônica. Ações imediatas é exceção à regra, pois necessitam o ajuste após ouvir os companheiros das diversas linhas de interesses próprios, deixando ao largo o cidadão.

Notadamente ficou clássica a sessão da última semana do legislativo municipal quando da votação da alteração da Lei Orgânica que dá regras novas com referência a contratação de familiares e afins na administração pública. O prazo de 90 dias para a adequação ou compatibilização é o cenário do momento. Esta legislação já deveria estar em plena vigor à longa data. E o prazo máximo deveria ser de 30 dias para adequação, porém estão ai à frente os meses de final de ano e férias, o que “dificultaria” em muito a renda extra. E o cofre minguado ficará assim também para os meses vindouros.

A proposta da alteração é muito bem vinda, esperada por longos anos pela sua atualização. Veio a reboque dos pedidos do judiciário para a sua atualização e a prática eficaz. A efetivação plena dentro do poder constituído será uma Lei que imperará para o futuro. Porém na prática final, pouco ou quase nada mudará, pois o nepotismo cruzado, quando existe troca de favores ou cargos entre os poderes, continuará sendo uma moeda de troca. Aliás, inúmeros são os relatos reais deste cruzamento de favores que está de tão fácil acesso, somente observando também no Portal da Transparência. Dezenas de Cargos em Comissão enchem gabinetes de quase todas as secretarias em detrimento dos concursados, homens de bens que entraram pela porta da frente (conhecimento) que são referencias que ficam quando da troca de comandos.

Que esse espaço corrigido no presente, ou seja, a correção parcial do nepotismo, não fique somente na casa Legislativa ou na Prefeitura Municipal, mas que sim, seja em toda a sua extensão, ou seja, o nepotismo cruzado seja extirpado o mais breve possível. Que os atuais ocupantes dos cargos públicos deixem para as gerações futuras, um grande passo avante, ou seja, abaixo o nepotismo cruzado em todos os seus sentidos.

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