Por Redação em 24 de Julho de 2015
Se de um lado a invasão da água pela cidade chama a atenção, de outro, a falta dela em um local onde ela sempre está presente, como a pia ou o chuveiro, também atraem o nosso interesse.
É engraçado sofrer com a falta de água em um momento como este. Quando falta algo crucial do nosso dia a dia, como luz e água, é que notamos o tamanho da importância. Fizemos tudo sempre no automático que não nos damos por conta da falta que faz um copo d’água.
Quando falta luz na nossa casa, podemos acender uma vela, ouvir um rádio de pilha ou gastar toda a bateria do celular usando o pacote de dados da internet. Podemos tomar banho gelado e inclusive cozinhar. Mas quando falta água, não há entretenimento que salve o desespero. Para fazer comida é necessário água, para tomar banho, para lavar roupas e principalmente para beber.
Em meio a este caos em que estamos vivendo, tendo água em abundância de um lado e a escassez de outro, encontramos pessoas boas, como o seu Antônio, que está distribuindo água de uma vertente que brota em seu terreno e verte gratuitamente. Dia após dia, ano após ano. E como o seu Antônio, existem outras dezenas, centenas, de outros “Antônios” que fazem a diferença na nossa Capital da Solidariedade. E estes passam longe e muito longe de tantos outros, que fazem parte da história sombria pois no sofrimento e na falta da água exploram os mais e menos necessitados. A eles, a negação da história.
Alvorada passa por um momento delicado e tentar encontrar culpados não irá resolver o problema. O problema da inundação das casas da Americana e de dos outros diversos bairros pode ter sido pela falta do Dique. O desabastecimento da Corsan pode ter sido falha de quem planejou o local das bombas. Diversos governos de diversos partidos passaram e pouco se fez. Mas encontrar e culpar alguém vai resolver o problema? Não vai, pois não é o momento. Após o caos teremos tempo de procurar explicações, hoje, cabe a quem pode ajudar quem mais precisa.
Ano que vem será possível cobrar todas as mudanças, nas urnas.