Por Redação em 10 de Junho de 2016
Imagine que de uma hora para outra você perca famÃlia, amigos e sua casa e tenha que morar na rua. Agora imagine que sendo morador de rua você vai ter que pedir aos outros comida para se alimentar ou então, terá que procurar no lixo durante o dia.
Após isso você vai ter que achar algum local para passar as frias noites e se aquecer com um pedaço de papelão ou ainda, jornais que encontre ao longo do caminho percorrido durante o dia.
Dormindo ali embaixo de uma marquise de loja quando você estiver descansando alguém que você nem sabe quem é porque está ali vai passar correndo e vai atear fogo em seu corpo e suas coisas que leva. Ou ainda, essa mesma pessoa ao invés de fazer o descrito acima vai apedrejá-lo ou praticará outro ato de violência.
E infelizmente isso não é só imaginação, pois muitos moradores de rua passam por esse medo constantemente. Falando com um dos usuários da Casa de Acolhimento Noturno que há mais de um ano funciona no bairro Sumaré, ele destacou que seu maior medo quando está à noite nas ruas dormindo é que alguém o apedreje ou queime seu corpo.
Essa Casa propicia que esses moradores que por diversos motivos encontraram nas vias do municÃpio sua casa para viver, um local que assim como os usuários mesmos classificam, quase que familiar.
Um local onde tem a certeza que são muito bem tratados, tendo um jantar, banho num chuveiro quente, cama limpa e cheirosa, roupas novas se optarem por trocar as suas e de manhã ao acordar, terão um café da manhã para saborear.
O problema disso tudo é o depois. Com o que eles vão se alimentar no restante do dia? Muitos são usuários de entorpecentes e quando estão longe da Casa, o uso é quase que inevitável.
Se Alvorada tivesse algum local que fosse propÃcio para que esses moradores passassem todas as horas do dia tendo oficinas de trabalho e outras atividades para passar o tempo e aprender algo novo, com certeza sairiam mais facilmente das ruas.
Teriam um futuro mais promissor. E prova disso são os inúmeros relatos que ouvimos quando estivemos visitando a Casa na manhã desta quinta-feira, 09/06. Vários usuários que já passaram pelo local hoje estão levando outra vida mais saudável e fácil de se viver.
Trocaram aquele chão frio para dormir por uma cama que com seu suor e perseverança adquiriram trabalhando. Trocaram a busca pelo alimento frio de doações de restaurantes por um almoço quente servido junto de seus familiares. Trocaram um futuro obscuro por outro mais humano.
Enfim, tiveram a oportunidade de trocar de vida e assim fizeram com o auxilio dos funcionários do Centro de Referência Especializado em Assistência Social/CREAS, pularam para o outro lado.