Por Redação em 11 de Setembro de 2020
Em live nesta semana, o prefeito e seu secretariado anunciaram que Alvorada não terá aula presencial na rede municipal de ensino, mas que existe a possiblidade das creches retornarem – respeitando regras de distanciamento e higiene. O motivo alegado pelo prefeito é de que muitos pais não têm com quem deixar seus filhos e por isso precisam que as creches reabram.
Falando no aspecto positivo: é assertiva a decisão da administração de não retornar as aulas. Não sabemos se foi apenas por convicção de segurança ou também por falta de condições financeiras de se adaptar para esse novo normal que todos falam. Sabe-se do alto investimento para poder retomar as aulas seguindo os protocolos estaduais de distanciamento controlado.
Contudo, como retornar as aulas das crianças de zero a três anos? Como escolher quem terá ou não vaga, afinal terá de haver uma redução para se manter o distanciamento. Como garantir a segurança e evitar que essas crianças brinquem, corram, se abracem e toquem nos mesmos locais e brinquedos? É a melhor solução começar com as crianças, que são as que menos tem noção do perigo?
Sabe-se da realidade de muitos pais que dependem das creches para poderem trabalhar, mas também se sabe dos riscos que essas crianças estão correndo. Isso falando apenas no fato de se contaminarem, mas elas também podem ser propagadores da doença. Os riscos são grandes e em um grupo onde é muito difícil controlar, então por que tomar essa decisão?
Na live foi falado de uma pesquisa que escutou milhares de pessoas. Foram mais de 90% pedindo para que não se retornasse as atividades presenciais. Contudo, cadê essa pesquisa? Quando será disponibilizada para todos com a transparência que o poder público precisa ter com a sua população. É necessário explicar de onde vieram esses dados e quais foram os outros apontamentos.
Também é preciso compreender como funcionará esse possível retorno da educação infantil. Como serão definidos as vagas e o controle da doença. Como será feito para garantir a segurança de todos. Ainda está tudo muito vago e a Prefeitura precisa explicar melhor para todos como funcionará esse processo. É preciso compreender de onde todo esse estudo veio antes de mandar suas crianças de volta as creches.
Uma pandemia por si só já é algo horrível, mas em período eleitoral é ainda pior e decisões pesam e bastante nas iniciativas a serem tomadas. Fica cada vez mais difícil compreender as ações que serão feitas. A grande maioria da classe política só está preocupada no card da rede social ou do novo vídeo, mas a população fica cada vez mais desinformada.
Está mais do que na hora da imposição de postura digna, pois as autoridades eleitas não podem deixar dúvidas dos rumos que tomam. Pesa sobre tudo o último pleito, quando a educação era um dos pilares do novo governo que hoje aqui está.