Por Redação em 03 de Março de 2023
Muitas vezes, quando se fala sobre os investimentos em cultura, alguns desentendidos argumentam: “Investir em cultura porque se a minha rua está estragada.” Se fala desentendido ou até ignorante – não no sentido ofensivo da palavra – porque falta-se o conhecimento e a divulgação de que são recursos diferentes para áreas distintas. O que é da cultura não pode ser colocado em outras áreas – e vice-versa. E a divisão correta entra as partes pois somos um país continental.
Nesta semana pós-carnaval – e que marca o nosso retorno do recesso – destacamos com ênfase o aniversário de cinco anos de um clube de teatro localizado no Jardim Esplanada. Uma ação social, que acontece em uma associação de moradores, há longos anos e que muitos desconhecem. Diversos são os motivos, mas o principal deles talvez seja a falta de investimentos neste setor.
Este clube atende dezenas de pessoas – e muitos mais passaram por ele no decorrer dos anos – e teve diversos impactos na vida dos envolvidos. Não falamos apenas da apresentação de uma arte, mas sim de uma espécie de terapia, formação para suas profissões, desinibição, opção de fonte de renda; entre outras questões que um clube de teatro pode abordar e ajudar a sociedade em que está inserido.
Muito se fala de que a cultura não é a prioridade e, infelizmente, este é o setor que sofre quando é necessário “cortar” algo do orçamento. Contudo, se esquece que a economia criativa movimenta muito recurso – foi possível notar isso no período de pandemia – e que, para muitos, atividades culturais são consideradas uma válvula de escape para a rotina estressante do dia-a-dia.
Por isso, mesmo com um trabalho de formiguinha, é importante que espaços como esse existam – cada vez mais – e que cheguem nas redes sociais, nos veículos de comunicação e, principalmente, nas pessoas que podem se interessar por esse tipo de conteúdo. É preciso propagar projetos assim para mostrar como se faz cultura e a importância deste tipo de investimento na nossa sociedade.
Investimentos esses que devem – pelo menos na teoria – acontecer também em 2023. Leis de incentivo como a Aldir Blanc II e a Paulo Gustavo devem sair do papel e Alvorada tem grandes chances de ser contemplada com a vinda de recursos. Isso ocorrendo, é preciso que os produtores culturais, historiadores, jornalistas, artistas... todos os envolvidos na cultura, desenvolvam projetos e coloquem Alvorada de vez no mapa cultural.