Quinta-Feira, 30 de Março de 2023 |

Editorial

Dois anos e quase nada feito

Por Redação em 25 de Fevereiro de 2022


Em outubro de 2019 – quase dois anos e meio atrás – foi anunciado que a Escola Carlos Drummond de Andrade adotaria o modelo cívico-militar. A notícia foi vista com bons olhos pela diretoria da instituição e por toda a comunidade escolar – tanto é que o projeto foi aprovado pela população.

A empolgação era tanta que muitos pais pediram transferência e levaram os seus filhos para estudar no Jardim Alvorada. A empolgação era tremenda. Anúncios foram feitos e políticos vieram visitar a escola para apresentar aos alunos o que seria feito ali. A expectativa era alta: R$ 1 milhão de investimento por ano, uniforme para os alunos e a presença de monitores – cedidos pela Brigada Militar – para colocar em prática o programa dentro da instituição. Junto disso viria também mais segurança para o bairro.

Veio a pandemia e as aulas foram para o ensino remoto e, posteriormente, híbrido. Quase dois anos e meio se passaram e a única implantação feita foi o código de postura. Isso mesmo. Do modelo cívico-militar, só tem os coques no cabelo, vestimenta adequada e demais aspectos de comportamento e postura. Nada de monitores, investimentos e uniformes.

Chega a ser surreal pensar que dois anos depois o programa ainda engatinha. Foram diversos meses onde os poderes constituídos puderam se organizar para fazer a licitação dos uniformes, formar os policiais e repassar os recursos para investimentos. É inadmissível que as desculpas sejam falta de tempo ou tramites burocráticos, pois na hora de anunciar houve pompa para o ato.

Se um aluno entrou na escola em 2020 para fazer o ensino médio, ele sairá da instituição na formatura e não verá o que foi prometido em 2019. Enquanto isso, pais e a comunidade escolar nutrem a esperança de ver um projeto importante não ser colocado em prática. E o pior: sem previsão alguma de quando chegarão os monitores, uniformes e recursos prometidos.

Uma lástima, mas que retrata a realidade da burocracia e da esperança criada nas pessoas. Quando se cria a expectativa e não se cumpre, a frustração é ainda maior. É isso que toda uma comunidade vem convivendo há quase três anos. Por isso é importante cobrar para que esse projeto saia do papel, afinal não é mais do que a obrigação de quem anunciou e prometeu essa nova realidade.

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