Quinta-Feira, 30 de Março de 2023 |

Editorial

E as chuvas voltaram...

Por Redação em 24 de Fevereiro de 2017


Chuvas que vem e que vão. Chuvas de verão que vem e vão. Chuvas de primavera que vem e vão. Chuvas de outono que vem e que vão. Chuvas de inverno que vem e que vão. Ou seja, estamos em um país tropical e abençoados pela farta quantidade de água que nos é oferecida gratuitamente em todas as estações do ano. Com alguns casos excepcionais da falta da mesma. Ou em outras oportunidades, o seu excesso.
Durante as secas, reduzimos o consumo, poupamos ao máximo o seu uso, pois o seu retorno não tem dia e nem hora certa. A seu modo e a seu tempo ela retorna. A natureza é assim e nós humanos nos adequamos a essa realidade.
Quando do excesso das águas, a situação é inversamente proporcional. Há um esbanjamento natural, quando os rios saem da sua calha normal e invade as várzeas, revigorando as terras, trazendo novas vidas, um verde mais vistoso e deixando algumas vezes rastos de destruição.
E no perímetro urbano não é diferente. O seu excesso traz incômodos, ruas ficam intransitáveis, a água adentra lares, expõe as impurezas, detritos, esgotos a céu aberto e ali repousa por diversos dias.
Os poderes constituídos, conforme rezam os seus vocabulários, fazem o necessário para amenizar a situação. Investem recursos escassos para minorar os efeitos nefastos. E conforme segue o discurso, nunca é o suficiente, pois a demanda é bem maior em relação ao necessário.
Em pleno século XXI, o discurso avassalador continua a assombrar os nossos ouvidos. Os postos de saúde, hospitais, UBS estão lotados de casos extremos da falta mínima de razoabilidade condições sanitárias. Os poderes públicos alheios a situação, teimam em ficar no discurso defasado, ladeados por seus asseclas, como nos tempos primitivos. E o povo a margem de tudo isso sofre no seu dia-a-dia.
As últimas chuvas de verão trouxeram novamente à tona o muito que foi investido no saneamento do esgoto cloacal e pluvial, porém ínfimo das reais necessidades. Em pleno centro da cidade o comércio inundado pelas águas, bairros inteiros inundados, escolas, lares, praças, invadidos pelas águas e não se enxerga ou se vê alguma pequena, média ou grande obra de infraestrutura para amenizar o sofrimento. Os governos, com visão míope, não veem o futuro que está logo ali. E a agonia atual permanecerá se não forem tomadas medidas urgentes e concretas para evitar o mal nefasto que hoje nos assola e nos assolará no futuro.

COMENTÁRIOS ()