Por Redação em 28 de Julho de 2015
O bairro mais afetado pelas enchentes, que infelizmente ocorrem anualmente, é a Americana. E quando se vai até a Avenida Itararé, esquina com a Rua Anita Garibaldi, o cenário encontrado é de um “campo de batalha”.
Barracas montadas por moradores, ônibus parados com médicos e policiais e o cheiro forte de peixe predominam o ambiente. Porém, para muitos isso é algo corriqueiro, e, para outros tantos é algo assustador.
Observando como estão os trabalhos na Rua Wenceslau Fontoura, onde os atendimentos estão concentrados, vemos muitas pessoas em filas. Elas buscam roupas para se aquecer, pois perderam tudo ou quase tudo para as águas.
Diante disso, temos a certeza que a cidade não está e nunca esteve preparada para algo de tamanho significado. Sim, pois até o momento temos milhares de pessoas fora de suas casas sem previsão de retorno, com a pequena baixa no nível de água dos rios Guaíba, Gravataí e Arroio Feijó.
A pergunta que fica é: se anualmente ocorre uma enchente, porque a Prefeitura, em quase 50 anos de história, não possui uma equipe treinada para agir numa eventualidade como essa? Como é que ocorre, em pleno século XXI não termos em nosso meio equipes que perpassam governos? Agilizaria em muito em tempos difíceis e o retorno, com certeza, seria mais rápido e de qualidade. E isto se refletaria de modo imediato no atendimento as mais necessitados e mais empenho e dedicação com resultados mais profícuos. Contudo, falta organização para atender os que estão no Ginásio Municipal e também na Vila Americana, apesar dos abnegados esforços de centenas de anônimos que deixaram os seus lares para ser solidários para os que mais necessitam.
Muitos carros chegam com doações de roupas e agasalhos, cobertores, colchões e outros. Porém, desses veículos, vários nem são cadastrados pela Prefeitura , simplesmente começam a distribuir os donativos para as famílias. Muitos que estão ali pedindo doações nem são cadastrados e muitas vezes aproveitam-se da situação pegam as doações dos que necessitam.
Apesar da falta de estrutura, preparação e gerenciamento, podemos continuar dizendo que moramos sim na Capital da Solidariedade. Sim, pois com todos os problemas e percalços que aparecem com uma enchente, não faltam pessoas que arregaçam as mangas, colocam botas e vestimentas adequadas e adentram ruas afora em busca de flagelados que necessitam de algo.