Por Redação em 11 de Abril de 2014
Alvorada é um dos municípios mais pobres do Estado e isso se reflete na cidade e em sua população. As dificuldades são grandes nas mais diversas áreas e os investimentos, por maiores que sejam, parecem ínfimos frente à tamanha necessidade.
Moradores, empresários, administradores e autoridades sentem o reflexo dessa condição, mas os mais afetados são os nossos adolescentes, nossas crianças, o nosso futuro.
Porque além de pobre, somos um município novo, com apenas 48 anos, e uma população também muito jovem, sendo que boa parte dela precisa de ajuda e proteção.
Estamos em primeiro lugar no IHA/Índice de Homicídios na Adolescência e em sétimo nos casos de violência doméstica contra a mulher. Ou seja, nosso principal alicerce, a família, não protege nossos jovens ou nossas mulheres.
As ações governamentais não estão sendo suficientes para evitar que esses índices cresçam e crianças que deveriam estar seguras, que se encontram sob a tutela do Estado ou município, não conseguem evitar um destino trágico.
Conquistas como a instalação da Escola de Tempo Integral em uma comunidade tão carente como a do Sítio dos Açudes, um bairro que além de pobre está realmente apartado da cidade, agora se perdem. E além da esperança de que seus filhos pudessem ficar em um ambiente apropriado durante todo o dia, aquelas famílias também veem uma perda enorme que para muitos é pequena. A de um modesto lanche que as crianças do primeiro turno ganhavam no meio da manhã e que foi retirado por se tratar de uma escola normal.
E, ao contrário do que se possa imaginar, aqueles jovens alunos (muitos deles caminham quilômetros para ir à aula!) não passam a levar lanche de casa, porque em casa não tem nada e, muitas vezes, a refeição do dia é aquela oferecida pela escola.
Nos entristece ver uma infância tão triste, tão sofrida, com tão pouco ingenuidade. Uma infância sem sonhos, porque a realidade é dura demais, feia demais, pobre demais...
Sabemos que essa não é a realidade apenas de Alvorada, o que é ainda pior. Nosso país diz priorizar os jovens e as crianças com muitas políticas públicas neste sentido. Contudo a realidade é muito diferente dos projetos, dos planos. E, em meio a toda e qualquer derrota, é o nosso futuro quem padece.