Por Redação em 30 de Janeiro de 2013
Solidariedade é quando dói na gente a dor do outro. Talvez por pertencermos à Capital da Solidariedade, essa foi a frase que mais nos marcou durante essa trágica semana em que foi trocada a ordem natural da vida, quando filhos deixam pais em luto. O que era para ser festa se transforma em dor imensa e em que heróis vão tombando, um a um, atingidos por um inimigo lento e fatal: o ar que respiraram.
Ficaram as histórias inacabadas de quem teria um futuro, a perplexidade na cidade, que se estendeu ao estado, o paÃs, o mundo... unido em lamentações. E o assustador número de vÃtimas, que chegou a 235, teima em seguir aumentando.
E, com o passar dos dias, cresce a ânsia de encontrar culpados e achar falhas para, quem sabe, podermos compreender o que aconteceu. O que já se sabe, e não é novidade, é que houve uma sequência de erros como a existência de apenas uma saÃda do ambiente, superlotação, uso de equipamento pirotécnico em ambiente fechado, um extintor de incêndio que não funcionou, bloqueio da saÃda por seguranças desavisados, liberação do lugar sem o cumprimento de normas de segurança, alvará vencido...
Quanto aos culpados, já estão detidos donos da danceteria e membros da banda. Mas e os outros responsáveis? Quanto serão apontados? Fala-se em alvará vencido, mas o local já funcionava há três anos, e com alvará, liberação da Prefeitura e inspeção do Corpo de Bombeiros, tudo legalizado...
Infelizmente hoje, após a tragédia ocorrida e perpetuada, nos damos conta dessa sequência de erros que não pode ser revertida. Mas o que o podemos e devemos é tentar evitar que outras tragédias aconteçam. Em outros paÃses onde houve acidentes (?) semelhantes, como EUA e Argentina. A legislação mudou de forma efetiva e é aplicada sob a fiscalização constante das autoridades.
Em Alvorada esperamos que toda a comunidade, representada pelo Executivo, Legislativo e Judiciário, aliado a entidades como o Lions e Rotary, associações, conselhos... se empenhem na solução dos muitos problemas que, rapidamente, e sem muitos esforços, podemos detectar na cidade.
E não são apenas as danceterias, bailões e boates, temos também casas de festas, salões de clubes e entidades, todos eles periodicamente frequentados por um bom número de alvoradenses, também a maioria jovens.
Para que ninguém mais precise chorar a dor do outro e para que a vida siga seu curso normal, é importante que todos se unam para a imediata avaliação dos ambientes que nós e nossos filhos frequentamos, onde vamos atrás de diversão e alegria.
A dor de Santa Maria não pode ser abrandada, mas podemos evitar que novas dores surjam. É o nosso dever e a nossa vontade.