Por Redação em 27 de Março de 2020
Nas últimas semanas, prefeitos e governadores de todos os cantos do país estão orientando o isolamento social para conter a propagação do coronavírus. A doença que, até o fechamento desta edição, já infectou 2.614 pessoas e deixou 63 mortos. Isso no Brasil. A doença é classificada como altamente contagiosa e tem públicos de risco (idosos e pessoas com problemas respiratório-cardíacos, entre outros).
Contudo, o debate do isolamento social X a economia do país ganhou novos capítulos nessa semana. O motivo foi o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro de querer a volta às aulas, abertura das indústrias e retomada dos serviços no país. Inclusive publicando um decreto que autoriza a reabertura das igrejas e templos sagrados, lotéricas de todo o país.
Isso tudo no momento em que os governadores e prefeitos seguem fechando o cerco, mostrando que não está havendo diálogo entre os poderes. O problema disso é que todos têm seus argumentos e, vocês leitores, concordando ou não, eles são plausíveis. A dificuldade é que um problema de saúde pública e economia podem acabar virando um problema político – ainda mais com a proximidade das eleições, e isto já está acontecendo.
De um lado estão os que discursam sobre a importância de se salvar a vida e depois pensar nos aspectos econômicos – esse discurso foi dito pelo governador Eduardo Leite (PSDB). Até Alvorada, que tem um dos menores PIB per capita do país, está orientando o fechamento do comércio nesse período – por mais que exista uma preocupação econômica com a cidade.
Temos também o presidente que foi eleito com uma bandeira liberal querendo recuperar o seu apoio em todo o país – não do eleitorado, mas sim dos políticos. O empresariado quer reabrir e a “bancada da bíblia” quer retomar com os cultos religiosos. Com uma estratégia de retomar o seu prestígio e atender ao eleitorado que votou nele em 2018 que existe o movimento de incentivar a normalidade.
É grande o jogo da queda de braço entre todas essas figuras poderosas e influentes no país. E sobressalta-se na área da saúde. A análise agora seria muito rasa. Qualquer um dos envolvidos pode ser sair com muita ou com nenhuma moral no meio desse cenário de pandemia. Hoje a imagem do presidente pode estar manchada, mas se a doença for controlada, ele terá forças para dizer que acertou.
Ao Jornal A Semana não cabe opinar sobre a situação. Isso devido à falta de conhecimentos médicos suficientes e também pela falta de espaço do momento. Ainda estamos no meio de uma pandemia e toda análise pode ir do sucesso ao fracasso em apenas um dia. A história dirá qual foi o melhor posicionamento para recuperar a saúde pública e a economia do país.