Sbado, 01 de Abril de 2023 |

Editorial

O espaço para as artes

Por Redação em 28 de Março de 2014


Nesta quinta-feira, 28 de março, são comemorados os Dias Mundiais do Circo e do Teatro. Duas expressões de arte antigas e que lutam para conquistar espaço, assim como acontece com a maior parte dos movimentos culturais.
E foi durante o primeiro Festival de Circo realizado em Porto Alegre que tivemos a triste notícia, a constatação: não há espaço para o riso nas praças e parques das cidades gaúchas.
Um dos mais tradicionais circos gaúchos, que hoje tem em seu picadeiro já a quinta geração de brasileiros (tudo começou com um Bonaldo na Itália) lamentou, durante conversa com a imprensa, a falta de espaço físico para a instalação de um circo na maioria das cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre, e citou Alvorada como exemplo. Disse ainda que, em alguns municípios, há cobrança de taxas absurdas para que eles possam se instalar em espaços públicos! Vergonha...
E é a nossa memória, a nossa experiência pessoal que confirma essa informação. Pois há quantos anos não vemos um circo na cidade? Quando foi a última vez que os alvoradenses puderam contar com a alegria de palhaços, malabaristas, mágicos, trapezistas e toda a folia que só o mundo do circo tem? Quantas das nossas crianças já foram a um genuíno espetáculo circense.
O comentário que ouvimos dos Bonaldo, família que acolheu alvoradenses sob a sua lona de carinho e cuidado, é que os pequenos da atualidade preferem espetáculos como os do Cirque du Soleil, mesmo sem condições financeiras para isso.
Mas o grande espetáculo internacional só acontece na capital, a preços que chegam a três dígitos, enquanto que o pequeno circo de família cobra R$ 5,00 ou nem isso das crianças, com o objetivo de lotar o espaço humilde com muitas risadas e gritos de alegria.
É... a cultura vai perdendo espaço e, muitas vezes, nem nos damos conta. Somos alertados somente com o pedido de socorro velado de uma família que vive da arte e pela arte.
...
Mas não está só aí o problema do circo e de tantos outros patrimônios culturais que se perdem com o tempo. Aqui temos inúmeros exemplos e ficamos somente em dois: o Casarão da Família Malta e a antiga Igreja Católica (uma das mais antigas da cidade) localizada no Distrito Industrial. E a memória dos velhos tempos vai-se indo aos poucos.
Há ainda a falta de memória, que é ainda mais grave. E de memória recente...
São muitos os administradores que ao assumirem uma empresa (A) a encontram completamente falida (conforme a própria avaliação). Frente a isso mudam “parte” dos seus funcionários, trocam gerências e tentam se reerguer. Contudo, com o passar do tempo, acabam caindo no mesmo erro e readmitem os que participaram da gestão anterior. Seria essa uma nova forma de administrar? Ou somente um retorno velado ao passado em busca de apoios e investimentos.
Ainda não é possível avaliar as atitudes ou os resultados. Contudo esperamos que essas ações, por mais estranhas que possam parecer, sirvam para o bem da empresa (A).

COMENTÁRIOS ()