Por Redação em 24 de Agosto de 2018
Nesta edição do Jornal A Semana é noticiada uma grande disputa existente entre o Sindicato dos Servidores Municipais de Alvorada (SIMA) e a Prefeitura de Alvorada – além da Câmara de Vereadores. Isso porque os sindicalistas, liderados por Rodinei Rosseto, venceram em segunda instância o processo referente aos salários do alto escalão do governo.
Segundo o próprio SIMA (confira a matéria completa na contracapa desta edição), é mais de um R$ 1.500.000,00 que será economizado anualmente apenas no Executivo com essa redução de cerca de 40% dos salários. Isso sem falar do Legislativo e também das devoluções. Isso mesmo: o SIMA quer que prefeito, vice-prefeito, secretários e vereadores devolvam retroativamente a diferença de janeiro de 2017 até hoje.
Qual a importância disso: debater os altos salários dos polÃticos da cidade. Alvorada hoje tem um dos menores PIBs per capita do Rio Grande do Sul e o seu prefeito ganha um salário superior ao de Porto Alegre, capital do estado. Não que se julguem bons salários para os polÃticos, mas esse montante de mais de R$ 19 mil é demais para um municÃpio com tantas dificuldades financeiras.
A ideia de se debater esse tema na cidade precisa acontecer e é importante repensar a saúde financeira de Alvorada. Não restam dúvidas sobre isso. O grande ponto é como fazer isso de forma saudável aos cofres públicos. Essa abruptidade do SIMA pode não ser vista com bons olhos e refletir em represálias, seja agora como no futuro. É um passo importante, mas deveras perigoso que o sindicato toma.
Um ponto que merece ser salientado é que o ex-prefeito Sergio Bertoldi (PT) decretou a redução dos salários no Executivo em 40% e isso fez com que uma economia fosse gerada. Porém esse decreto foi revogado em setembro de 2016, ainda em sua gestão e antes das eleições, começando a valer em janeiro de 2017.
Entretanto, esse debate deve fugir da alçada de economia e pular para a de investimentos dentro do municÃpio. Conforme o SIMA, são R$ 1.500.000,00 por ano e isso poderia ser investido na construção de três postos de saúde, dois CRAS por ano ou a pavimentação de 13 ruas (esse último em quatro anos).
Mas, no perÃodo em que esse decreto ocorreu na gestão passada, o que saiu do papel e virou realidade com essa economia? Na gestão passada ocorreram pouquÃssimas obras com recursos municipais e esse decreto estava em vigor, por quase dois anos. Isso mostra que cortar salários não é o suficiente. É necessário muito mais.
O debate e a briga que o SIMA está cobrando são dignos e corretos, mas precisa ser aprofundada. A economia feita pelos nobres polÃticos precisa ser vista nas ruas. Não adianta apenas poupar senão souber desenvolver projetos e investir na cidade. Não falta dinheiro. Falta gestão.