Quinta-Feira, 23 de Maro de 2023 |

Editorial

Ontem não, hoje também não. Só para o futuro

Por Redação em 03 de Fevereiro de 2023


E a situação se repete ano após ano. E tudo foi previsto a décadas e muito foi efetuado. Ou pouco. Após as cheias históricas do Rio Gravataí em julho de 2015, as casas de bombas da CORSAN foram levantadas ao máximo possível para que anos posteriores não se vivesse novamente o mesmo dilema de as águas invadirem as salas de máquinas pelo excesso de chuvas. Naquela oportunidade a CORSAN, por motivos de segurança, literalmente desligou todas as bombas de captação de água por vários dias deixando a mercê as comunidades de Alvorada e Cachoeirinha. Foi o ápice do nível máximo alcançado pelas águas do Rio Gravataí, inundando também as áreas baixas dos municípios.

Quase uma década após, o inverso acontece. Seca no estado e falta do precioso líquido em quase todas as regiões. E neste contexto, a região metropolitana também sofre pois os rios que abastecem de água estão em seus níveis críticos causando grande desconforto aos consumidores.

E olhando para o passado, vemos estudos, promessas, planilhas, cálculos em demasia e muita pouca coisa, ou quase nada saiu do papel. E neste momento crítico que vivenciamos novamente, olhando para os históricos relatos vemos de fato que pouco ou nada foi feito, além de repassar os problemas para o futuro o que já era para ter sido feito no passado. E eis que surgem novamente os “salvadores da Pátria” com suas ideias mirabolantes, pranchetas, cálculos, números, ideias que se evaporam como evaporaram as águas do Rio Gravataí.

A situação atual é o retrato do pouco caso que foi dado no passado não muito recente. Mas enquanto estivermos escutando o campo político, nada mais teremos do que promessas ou respostas a conta-gotas. Um olhar mais profundo e a longo prazo já deveria ter sido tomado, mas...

Estamos rodeados e a poucos quilômetros de um dos maiores mananciais de água do mundo: a Lagoa dos Patos. Ela está lá, incólume, sendo basicamente explorada no transporte pluvial e turismo. E a sua maior riqueza não é vista pelos que deveriam selar pela qualidade de vida do seu povo. Ou seja, trazer as águas diretamente da Lagoa dos Patos para o abastecimento de água aos municípios de Viamão, Gravataí e Alvorada.

Mas isso é assunto para outra hora. Atualmente o que mais pesa na balança é o recolhimento das altas taxas dos consumidores dos munícipes e levar para outras iniciativas, pois a água, o bem mais precioso, não está ainda no primeiro plano.

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